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    'Morreram muitas pessoas', diz pastor no Rio ao chegar de Israel

    Avião da FAB trouxe 104 passageiros ao Rio nesta quarta

    Publicado 11/10/2023 às 11:08 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Brasileiro em frente ao avião da FAB na chegada ao Rio
    Brasileiro em frente ao avião da FAB na chegada ao Rio |  Foto: Lucas Alvarenga

    A chegada de brasileiros vindo de Israel em aviões da FAB na manhã desta quarta (11), no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, trouxe alívio e lembranças de um período doloroso. Muitos faziam turismo religioso no país e foram surpreendidos por bombardeios ocasionados pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

    Foi o caso do pastor paranaense Egon Laufer, de 59 anos, que estava em sua primeira viagem à Terra Santa. O religioso estava com um grupo de 60 pessoas quando os bombardeiros começaram no último sábado (7).

    O pastor paranaense Egon Laufer
    O pastor paranaense Egon Laufer |  Foto: Lucas Alvarenga
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    Ouvimos as sirenes serem tocadas por duas vezes antes de sermos resgatados pela Força Aérea. Estávamos em uma excursão religiosa, visitando cidades. Era a minha primeira vez em Israel. Estar aqui no Brasil novamente faz meu coração ficar repleto de alegria e de dor porque morreram muitas pessoas. Cheguei a ver os tanques de guerra e os aviões. Vi muito pânico nas pessoas. Atacaram um país, Israel é muito abençoado, mas agora está em momento de guerra. Desejo que haja paz em Israel, como há no Brasil
    Egon Laufer pastor
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    Leia+: Chega a Brasília primeiro avião trazendo brasileiros de Israel

    A carioca Jaqueline Kajishima estava com o marido Aurélio Kajishima em Jerusalém quando ocorreram os ataques terroristas. Ela disse que a insegurança era frequente e que dormia com medo, já que os bombardeios poderiam acontecer a qualquer momento.

    “Estávamos em uma caravana de 23 pessoas com destino a Israel, desde adolescentes até idosos. A gente queria conhecer todo o centro histórico de Israel, porém, depois que passamos pela travessia, estávamos no norte indo pro sul, quando chegamos no hotel em Jerusalém, começaram as bombas e tudo tremia muito. Íamos para o banker que ficava abaixo do solo. Tinham crianças e tudo, não estamos acostumados a viver num cenário como esse de guerra. É difícil. A gente não sabe o que pode acontecer, é barulho de tiro. A gente dorme sem saber o que vai acontecer”, afirmou ela. Ela ficaria na cidade até o dia 13 deste mês, se a viagem corresse normalmente.

    Objetivo é repatriar pelo menos 900 brasileiros até o final de semana

    A jornalista Darleide Alves estava no país a trabalho. “É muita alegria retornar. Eu estava a trabalho, atuo com mídia, ia gravar uma série de TV. Chegamos lá na sexta pela manhã e no sábado pela manhã fomos surpreendidos pelo bombardeio. Em Jerusalém, o tempo todo foi mais seguro, no sábado pela manhã, as sirenes começaram a tocar muito cedo, muitas vezes, alertando sobre o bombardeio. Logo depois, de noite, resolvemos sair de Jerusalém e tomar um voo para a Romênia, mas não foi possível, tentamos fugir do bombardeio, mas quando chegamos na aeroporto, voltaram. Agora vou correr para casa e abraçar toda a minha família”, contou a jornalista que disse que foi um alívio receber a mensagem da embaixada falando sobre o voo para ir embora. Nem todos os brasileiros conseguiram falar com a família em Israel.

    Lanier de Moraes, representante do Itamaraty no Rio, afirmou que a missão de resgatar brasileiros em Israel foi exitosa. “Esses são os primeiros brasileiros que retornaram, agora terão outros voos com brasileiros retornando para o Galeão. O Itamaraty lamenta o nível de proporções grandes em que a comunidade internacional, nesse momento, tende a se unir para evitar qualquer escalada. O Itamaraty repudia também esses atos de violência”, afirmou. Um terceiro voo está programado para chegar ainda nesta terça-feira (11), por volta das 23h.

    O voo

    A aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB), com 211 passageiros, decolou de Tel Aviv às 14h12 (horário de Brasília) de ontem (10) e fez voo de cerca de 14 horas direto para a capital federal.

    Do total, 107 passageiros desembarcaram em Brasília e 104 seguiram para o Rio de Janeiro em dois aviões da FAB.

    O governo federal mobilizou a repatriação dos brasileiros devido ao confronto iniciado no último fim de semana entre Israel e o grupo Hamas, no Oriente Médio. Estão previstos mais quatro voos até domingo (15) na chamada Operação Voltando em Paz, coordenada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. Neste primeiro momento, a estimativa é retirar 900 brasileiros que estão em Israel e na Palestina.

    As próximas aeronaves com repatriados pousarão no Rio de Janeiro, no Recife, em São Paulo e as duas últimas no Rio de Janeiro. Para o deslocamento até o destino final de cada um as passagens serão custeadas pela empresa aérea Azul. A parceria é uma articulação da Presidência da República com a companhia.

    O Itamaraty já colheu os dados de pelo menos 2,7 mil brasileiros interessados em deixar a região e voltar ao Brasil. A maioria é de turistas que visitavam Tel Aviv e Jerusalém quando, no último sábado (7), o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, deflagrou um ataque contra o território israelense. Seguiu-se, então, forte reação militar de Israel, que passou a bombardear a Faixa de Gaza.

    Outras pessoas irão retornar de Israel em voos comerciais e irão desembarcar no Galeão, como, por exemplo, membros da Igreja Lagoinha, de Niterói, incluindo Felippe Valadão. O voo deles está previsto para chegar ao Rio por volta das 15h.

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