Socorro
Moradora de Maricá com câncer vive drama em fila por tratamento
Regina da Silva, de 57 anos, está há um ano neste processo
Há um ano a dona de casa Regina da Silva Reis, de 57 anos, vive um drama para tentar se tratar de um câncer na garganta.
Ela já perdeu a fala e não consegue se alimentar direito por conta de dois nódulos que estouraram na região do pescoço, além do vazamento de secreção da traqueostomia.
Regina denuncia que apesar de ir nas consultas agendadas no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, nenhum encaminhamento é feito.
O que a paciente tenta é iniciar o tratamento com radioterapia, e, se necessário, a quimioterapia. Ela sai de Maricá, na Região Metropolitana do Rio, para se dirigir até a unidade médica, tendo gastos com combustível, mesmo sem condições financeiras.
Segundo o esposo dela, Odaki Passos Andrade, de 62 anos, a mulher realizou duas biopsias no ano passado. Até que o resultado saiu em novembro.
"A primeira biopsia disse que não deu nada. Ela fez outra e deu câncer, tem mais de dois meses que saiu o resultado. Já tem um ano que ela faz consultas e mandam embora, e ela veio piorando. Não come, não bebe água. Dois caroços já estouraram na garganta e está vazando", lamenta.
O casal mora em uma casa humilde na região conhecida como Vale da Figueira, em Ponta Negra, Maricá. E tem dois filhos.
"A minha mulher não fala e não come. Está difícil. Não temos condições. Vamos lá e mandam voltar. Hoje me ligaram de novo para fazer mais uma consulta. Mas o médico só olha e não faz nada. Minha mulher vai morrer em casa", teme Odaki.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 100 tipos diferentes da doença. Dados de 2020 para o Brasil mostram que, nas mulheres, o mais comum é o câncer de mama (29,7%). Nos homens, o mais frequente é o de próstata (29,2%).
Pacientes com esses dois tipos são os atendidos em maior número no Centro Universitário de Controle do Câncer (CUCC), unidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Uerj, e que também realiza pesquisas sobre a doença.
Procurado, o Hospital Universitário Pedro Ernesto informou ao ENFOCO que a paciente já foi encaminhada à unidade com traqueostomia realizada em outro hospital e fez sua primeira consulta no final de setembro de 2021. Segundo a unidade, desde então ela passou por cirurgia e duas biópsias.
Na última biópsia realizada, segundo o hospital, foi fechado o diagnóstico de carcinoma "e a paciente foi encaminhada para radio e quimioterapia".
A unidade afirma, ainda, que Regina esteve em consulta no hospital em janeiro deste ano e tem data de retorno já marcada.
"Ressaltamos que durante todo o tempo ela foi acompanhada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogas e oncologistas. A equipe que a está acompanhando poderá dar mais informações à paciente sobre a conduta terapêutica no momento da próxima consulta", finalizou a nota.
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