Vai esfriar
Máscara de volta? Veja como proteger sua saúde na mudança de tempo
Frente fria chega nesta sexta (8) e derruba temperatura no Rio
A frente fria continental que chegou ao Brasil na noite de quarta-feira (7) exige cuidados com a saúde devido aos riscos de disseminação de vírus e infecções, em virtude das baixas temperaturas previstas para as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste do país até o fim de semana. O sistema de ar frio atingiu o país após um raro fenômeno de calor elevar as temperaturas na Antártica.
A frente fria que chegou ao país foi causada pelo aquecimento súbito na Antártica, onde as temperaturas aumentaram em até 30°C acima da média. Como consequência, o fenômeno permitiu a circulação do ar frio aprisionado no continente para as regiões tropicais.
Leia+: Tempo vai mudar no Rio; veja previsão até o fim de semana
Até o fim da passagem da massa de ar frio, a região Sul pode registrar neve e chuvas congeladas, conforme as previsões da agência Meteored.
Sistema imunológico em risco
Além de influenciar a queda da temperatura, a massa de ar frio cria um cenário propício para a disseminação de vírus e gripes. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, temperaturas mais baixas favorecem a expansão de vírus causadores de infecções.
De acordo com a otorrinolaringologista e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Maria Elisa Miterhof, o frio pode interferir no sistema imunológico.
O frio pode impactar o sistema imunológico, tornando-o menos eficiente. Além disso, a menor exposição ao sol no inverno reduz a produção de vitamina D, que é importante para a imunidade. Há também a secura das mucosas (boca e nariz). O ar frio e seco pode secar as mucosas nasais, que são a primeira linha de defesa contra infecções respiratórias, facilitando a entrada de vírus no corpo. Esses fatores combinados criam um ambiente propício para a disseminação de vírus respiratórios, como os que causam gripes e resfriados
O professor da Faculdade de Medicina da UFF e infectologista, André Ricardo Araújo da Silva destacou que os vírus possuem um padrão de circulação específico conforme o clima brasileiro.
"Os vírus também têm um padrão de circulação. Aqui no Brasil, ela acontece de uma forma geral no fim do outono e pegando um pouco do inverno", afirmou.
Com a ajuda dos especialistas, o ENFOCO listou alguns cuidados que podem ser tomados em tempos frios. Confira:
- Manter-se aquecido: Use roupas adequadas em camadas para conservar o calor corporal e evite exposições prolongadas ao frio.
- Hidratação: Embora o clima frio possa reduzir a sensação de sede, é importante manter-se hidratado para que o corpo funcione corretamente e as mucosas permaneçam úmidas, ajudando a prevenir infecções.
- Alimentação balanceada: Consuma alimentos ricos em nutrientes que fortaleçam o sistema imunológico, como frutas e vegetais frescos, proteínas e gorduras saudáveis.
-Evitar mudanças bruscas de temperatura: Se possível, evite transições rápidas entre ambientes quentes e frios, o que pode causar choque térmico e comprometer o sistema respiratório.
- Manter ambientes ventilados: Mesmo no frio, é importante ventilar os ambientes para evitar o acúmulo de vírus e bactérias no ar.
- Higiene regular: Lave as mãos com frequência e evite tocar o rosto, principalmente os olhos, nariz e boca, para reduzir a propagação de germes.
- Consumo de substâncias: Evite o excesso de álcool e fumo, visto que as temperaturas acarretam riscos àqueles com capacidade pulmonar mais frágil.
''Friagem'' influencia?
Ao contrário das histórias contadas pelas avós, a "friagem" em si não causa diretamente doenças, no entanto a exposição a golpes de ar frio pode levar a uma diminuição na capacidade de defesa do corpo.
"Na realidade, o golpe de ar, a friagem em si, não é a causa nem de resfriado nem de gripe. O que acontece é que, quando você está exposto a uma mudança de temperatura, está muito quente e depois passa por muito frio, você pode ter o desequilíbrio no seu sistema imune e facilitar a aquisição de doenças", explicou o especialista André Ricardo.
Além dos cuidados mencionados, nesta época em que os termômetros registram as temperaturas mais baixas, os especialistas chamam atenção para a importância do uso de máscaras como uma das medidas de cuidado contra a disseminação de vírus e gripes.
"A experiência da pandemia pode ter despertado em muitos brasileiros uma maior valorização da saúde preventiva. Por outro lado, a resistência ao uso de máscaras e outras medidas preventivas pode refletir uma falta de hábito ou desconfiança em relação à eficácia dessas práticas. Além disso, com a sensação de 'retorno à normalidade,' algumas pessoas podem relaxar nas precauções, o que poderia limitar uma mudança significativa e duradoura no comportamento de saúde", concluiu Miterhof.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!