Flagrante
Maricá registra quarta onça-parda circulando no município; vídeo
Animal foi visto em área de mata próximo ao bairro Espraiado
A Prefeitura de Maricá informou que fez o quarto flagrante de imagens de uma onça-parda circulando no município. Uma diferença, no entanto, é que desta vez foi em uma área de mata a quatro quilômetros da sede do Refúgio de Vida Silvestre, no bairro Espraiado.
Segundo o governo municipal, o registro raro do felino foi feito no dia 19 de abril, por meio de armadilhas fotográficas do programa de Monitoramento da Fauna Silvestre de Maricá (Mofama) da Secretaria Municipal de Cidade Sustentável. Até hoje, já foram capturadas imagens de mais de 170 espécies de animais, entre mamíferos, aves e roedores, informou ainda a Prefeitura.
A armadilha fotográfica é composta por um conjunto de sete câmeras e ativada por sensor de presença. Quando o animal passa na frente da câmera, o sensor identifica e dispara a foto ou vídeo.
"O Monitoramento de Fauna de Maricá (Mofama) tem sido um grande sucesso e orgulho para a Secretaria da Cidade Sustentável, operando como um excelente bioindicador da qualidade ambiental em nossas áreas de preservação. A onça avistada já se tornou um ícone em nossa cidade, que além de sua impressionante presença, desempenha um papel crucial na dinâmica do ecossistema.", disse a secretária de Cidade Sustentável, Andressa Bittencourt.
Quatro onças desde 2021
O primeiro registro da onça-parda (puma concolor ou suçuarana) foi feito em setembro de 2021 no Refúgio de Vida Silvestre de Maricá. Em outubro de 2023, a prefeitura fez o segundo registro do felino na região. O terceiro registro aconteceu numa propriedade rural de Ponta Negra, entre os dias 6 e 7 de fevereiro deste ano. A espécie era considerada extinta há mais de um século na área litorânea.
O biólogo Izar Aximoff acredita que seja a mesma onça flagrada em uma propriedade rural de Ponta Negra, mas para ter certeza somente um colar com GPS para rastrear o felino.
"Acredito que seja o mesmo animal que foi flagrado em Ponta Negra. Ele se afastou do local e retornou ao núcleo do refúgio de vida silvestre", disse Izar.
O Refúgio de Vida Silvestre de Maricá é uma área de nove mil hectares, extensão maior que a do município de Armação de Búzios, na Região dos Lagos, e duas vezes maior que o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, que corresponde a 25% do total da cidade.
Registro raro de gato-mourisco
A Prefeitura de Maricá também fez um registro raro de um jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi), também conhecido como gato-mourisco, caminhando pelo Refúgio de Vida Silvestre de Maricá. O mamífero carnívoro da família dos felídeos foi flagrado, pela primeira vez, pelo Mofama no dia 29 de janeiro deste ano, na região do Espraiado.
O gato-mourisco é um animal ameaçado de extinção, presente na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
Por meio do programa de monitoramento da fauna, a Secretaria de Cidade Sustentável levanta dados que são utilizados em pesquisas sobre as áreas naturais protegidas da cidade. Além disso, sua finalidade é também de avaliar a efetividade das áreas naturais protegidas para a conservação da biodiversidade por meio de apanhamento e análise contínua das tendências populacionais de diferentes espécies.
Mais de mil imagens estão sendo analisadas e serão dispostas no relatório de monitoramento, que já identificou a presença de diversos animais silvestres no município, entre eles quatis, tamanduá, sagui, cachorro-do-mato, gambás, pica-pau, jacu (ave) sabiás, morcegos, lagartos, gato-maracajá, esquilo, guaxinim, tatu, entre outros.
Armadilhas fotográficas
As armadilhas fotográficas são instaladas nos troncos das árvores e vistoriadas uma vez no mês, dependendo da sequência do disparo. Os equipamentos ficam instalados em pontos estratégicos do Refúgio de Vida Silvestre de Maricá para captar, além das imagens de onças-pardas, registros de diversos outros animais.
O programa ganhou reforço em 2023 com mais cinco câmeras cedidas pelo projeto Onças Urbanas, uma cooperação técnica entre o Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o BioParque do Rio de Janeiro. O projeto tem o objetivo de monitorar a fauna e fazer um trabalho de educação ambiental com a comunidade do entorno.
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