Cidades
Marcelo Viana expande rede de postos de combustíveis na Região Metropolitana do Rio
Há uma estratégia por trás da considerável expansão de rede de postos de combustíveis ao redor do país: oportunidade de atuação em outros nichos, para muito além da gasolina. Com isso, a rentabilidade é infinitamente maior. A dica vem do empresário Marcelo Viana, que aposta no setor de olho no futuro.
Na Região Metropolitana do Rio, não é diferente: a rede de postos Imbassaí, que vende um volume considerável de combustível da bandeira BR, é top na expertise de explorar o mercado de conveniência com ambição de oferecer mais opções e a melhor experiência do segmento, para os consumidores que abastecem nos locais.
Essa é uma tendência do mercado: exemplo disso, uma joint-venture, ou seja, união pela gigante BR Distribuidora com a Lojas Americanas em fevereiro; e as oportunidades de atuação em áreas de gás natural, eletricidade e biocombustíveis.
O empresário e dono da rede de postos Imbassaí (bandeira BR), Marcelo Viana, está em processo de ampliação da franquia. Em alta, junto à BR Distribuidora, já tem duas novas aquisições em andamento: no Fonseca, em Niterói; e outra em São Gonçalo. A fase é de assinatura de contrato.
Nos espaços já comandados por ele, há inovação com as belas lojas de conveniência, lava-jatos, sanitários limpos e estruturados. "É para clientes exigentes", brinca ele.
É que, segundo Marcelo, se não tiver um bom serviço agregado ao custo da gasolina e competitividade entre postos sem bandeira, as chances de crescimento tornam-se reduzidas. Para Viana, ampliar negócios dentro do ramo é eficaz.
"A empresa se animou e está ampliando seus horizontes nesse segmento. Investimos em um bom banheiro para que o cliente entre e se sinta bem, também em centros de lubrificação automotiva Lubrax+, importante para serviço de troca de óleo padrão BR. Lavagem do veículo também. É preciso ter esses serviços agregados ao custo da gasolina, combatendo a competitividade dos postos sem bandeira, que são sem credibilidade", cita.
Oferecendo um bônus de serviço de lavagem de veículo (ducha) a cada 35 litros de abastecimento, a rede de postos Imbassaí foca em crescer cada vez mais a clientela. "Hoje, no mercado competitivo, se não tiver um atrativo a mais, o cliente sai", reforça o empresário.
Líder no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis e de lubrificantes, a BR Distribuidora possui estrutura logística que garante sua presença em todas as regiões do país.
"Quando coloca combustível no posto BR Imbassaí é 100% garantido, porque é 100% testada e pura. Temos zero de reclamação da qualidade dos produtos. Com um combustível bom, o rendimento do veículo é muito melhor. Isso se reverte muito em quilometragem, com gasolina de boa qualidade o carro roda muito mais e os desgastes do motor são infinitamente menores"
Marcelo Viana
No mercado automotivo, a BR é licenciada da marca Petrobras, formando uma rede com cerca de 8 mil postos de combustíveis em todo o país. As franquias da BR para o segmento são as lojas de conveniência BR Mania e os centros de lubrificação automotiva Lubrax+, realidade nos postos Imbassaí.
"A BR é pioneira, número um, que dá toda garantia para quem abastece no posto. A gasolina de baixo padrão danifica vários componentes do carro", alerta o empresário.
Consultor BR, o executivo de vendas Antonio Jander reforça a orientação de Viana ao dizer que: "É preciso ter esses serviços agregados ao custo da gasolina combatendo parte do mercado, que muitas vezes não cumpre a regulamentação do setor, chegando até a adulterar o produto para oferecer preços menores".
Em alta
Segundo o Money Times, portal especializado em mercado financeiro, econômico e político, houve uma alta de 39% nas ações da BR Distribuidora entre o último pregão de 2020, quando fecharam cotadas a R$ 20,66, e a última quinta-feira (8), em que já valiam R$ 28,73.
A publicação informa que a avaliação do Bank of America (BofA) aponta cinco fatores que embasam seu otimismo com a empresa. Três referem-se ao curto prazo: o aumento da demanda de combustíveis, os cortes de custos e a expansão da rede de postos.
Esses são pontos lembrados pelo empresário Marcelo Viana em sua franquia local.
"Desde o momento em que foi privatizada, ela criou um sistema de expansão muito forte. Está valorizando a ponta, que é o cliente final, também melhorando a imagem visual da empresa nos postos, com eficiência muito maior no tipo de gasolina Grid, álcool Grid, tudo de boa qualidade. E com isso automaticamente as ações tendem a valorizar. A privatização e os tipos de ações são determinantes para esse processo de crescimento", continua Viana.
O especialista em mercado financeiro Gabriel Magalhães comentou a alta nas ações da BR Distribuidora. Citou, também, o encerramento da operação em que vendeu sua participação acionária na Petrobras Distribuidora S.A. (BR Distribuidora). A oferta de sua parte na subsidiária ao mercado financeiro rendeu um montante de R$ 11,358 bilhões recentemente, lembrou.
"Logicamente, o aumento do preço do petróleo influenciou positivamente, uma vez que ela consegue aumentar suas margens com isso. Mas o fato mais relevante foi a Petrobras, que era sua principal subsidiária, vender no final de junho 37.5% da empresa, da sua participação, levando R$ 11.3 bilhões com a operação. Isso faz parte da estratégia da Petrobras, que está com plano forte de redução de dívida e de desinvestimento", explica o especialista em mercado financeiro Gabriel Magalhães.
O anúncio de encerramento da oferta publicado pela estatal informa que foram vendidas 436,875 milhões de ações a 5.795 adquirentes. À época o preço de cada ação foi fixado em R$ 26. Os maiores compradores das ações foram fundos de investimentos e investidores estrangeiros, segundo o detalhamento da operação.
Um total de 576 fundos de investimentos adquiriu cerca de 251 milhões de ações da BR Distribuidora, o que corresponde a 57,6% do total ofertado pela Petrobras. Já os 146 investidores estrangeiros compraram 149 milhões de ações, fatia que corresponde a 34,1% do total. A terceira maior fatia foi comprada por 4.859 pessoas físicas, que adquiriram 26,4 milhões de ações (6%).
A Petrobras justifica a venda de sua participação na BR Distribuidora como uma operação que "visa a otimização do portfólio e a melhoria de alocação do capital".
A estatal disse que a oferta dessas ações ao mercado financeiro "está alinhada ao seu posicionamento estratégico de sair dos negócios de distribuição e focar seus investimentos em refino de classe mundial e em ativos de produção e exploração em águas profundas e ultraprofundas, onde a companhia tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos".
Conforme lembra o colunista do Plantão Enfoco, a Petrobras está se desfazendo de algumas empresas de forma estratégica.
"Para a BR Distribuidora isso é ótimo também porque com isso ela se desvincula da parte estatal que fazia parte e entra agora no modelo de negócio mais confiável, por não ter mais essa influência do Estado", acrescenta.
Com a joint-venture entre BR Distribuidora e Lojas Americanas, ambas possuem participações de 50% na nova empresa, que conta com estrutura profissional e de governança corporativa próprias.
De acordo com a Petrobras, para a criação dessa sociedade, foi considerado um Enterprise Value de até R$ 995 milhões, que considera o aporte da Rede de Franquias BR Mania e das lojas local.
Além disso, a transação inclui um pagamento pela Americanas de até R$ 305 milhões, na forma de um aporte na nova empresa de aproximadamente R$ 252 milhões e um pagamento de até R$ 53 milhões de parcela variável à BR, com base em metas de performance. O objetivo é maximizar o desempenho operacional e financeiro dos negócios de conveniência Local e BR Mania, com base em metas de performance.
O modelo de operação, por sua vez, prevê tanto lojas franqueadas como operação própria dos pontos de venda. Atualmente a BR Distribuidora conta com aproximadamente 1.200 lojas no formato BR Mania.
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