Cidades
Mais de 80% dos pais querem volta às aulas em Niterói
A Secretaria Municipal de Educação (SME) e a Fundação Municipal de Educação (FME) encerraram, no último domingo (28), a consulta pública destinada a mães, pais ou responsáveis por alunos da rede municipal de ensino de Niterói.
Com a participação de 4.377 pessoas, esta é a maior pesquisa pública já realizada no município. O levantamento teve como objetivo entender o impacto da pandemia sobre as famílias de crianças e adolescentes matriculados e servirá para o aperfeiçoamento do Plano de Retomada das Aulas, desenvolvido pela Prefeitura de Niterói.
De acordo com a consulta, que engloba responsáveis de 6.100 alunos (que representam 25% do total de alunos da rede municipal), 82,55% dos participantes são favoráveis ao retorno das atividades escolares.
Na pergunta “Em relação à possível retomada presencial das aulas, seguindo medidas sanitárias rígidas e monitoramento constante sobre os casos de Covid-19 na rede municipal”, 36,8% responderam que concordam totalmente com as aulas presenciais, 20,2% preferem manter a aula on-line, 18,6% optaram pelo sistema híbrido e 6,95% não concordam e nem discordam com a retomada das atividades. Por fim, 17,4% discordam totalmente com a volta às aulas.
O secretário de Educação, Vinicius Wu, enfatiza que os dados referentes à disponibilidade de internet e os efeitos da pandemia no desenvolvimento pedagógico dos alunos são importantes para a elaboração de políticas públicas para a cidade. O início do calendário escolar está previsto para o dia 25 de março e o formato de ensino ainda será decidido pela Prefeitura de Niterói, após análise da pandemia.
“Além de nos trazer informações valiosas a respeito do impacto da pandemia sobre a vida de nossos estudantes, a pesquisa também indica que a Prefeitura está agindo em sintonia com a maioria da sociedade. Os dados serão fundamentais para o aperfeiçoamento das ações previstas em nosso plano de retomada. Ainda não sabemos se adotaremos o modelo híbrido ou se continuaremos no ensino remoto, mas a opinião de pais e mães não poderia, jamais, deixar de ser levada em consideração”, afirmou o secretário.
Entre os que responderam, 91,5% são mulheres. A maioria dos participantes (67,7%) é responsável por uma criança da rede municipal, seguido de dois (26,1%), três (4,98%) ou mais de três alunos (1,19%). Além disso, 56,7% respondem por, pelo menos, um estudante da Educação Infantil, enquanto 63,3% são responsáveis por, pelo menos, um estudante do Ensino Fundamental.
Outra pergunta presente na consulta foi sobre a mudança no comportamento dos alunos com a suspensão das aulas. Eles ficaram mais tímidos ou irritados (24,5%), tiveram dificuldade em ler textos, quando alfabetizado (16%), ficaram desmotivados e tiveram problemas de socialização (14,2%), dificuldade em escrever, quando alfabetizado (13,4%), dificuldade em fazer contas de matemática, quando alfabetizado (11,1%) e dificuldades para falar e se expressar (9,01%). Cerca de 11,8% não quiseram responder.
Ainda sobre a pandemia, a consulta questionou sobre as atividades escolares desenvolvidas em casa. Mais da metade (60,4%) respondeu que ajudou nas atividades ao longo de todo o ano letivo, outros 23,5% ajudaram no começo da pandemia e depois pararam, 9,15% não puderam auxiliar em nenhuma das atividades, 6,96% disseram que não puderam ajudar, mas que outra pessoa acompanhou as tarefas, enquanto 0,022% disse não ter recursos, como internet e livros, para ajudar nas atividades.
Dos responsáveis que não puderam acompanhar os exercícios, 51,03% afirmaram que precisaram voltar a trabalhar ou não interromperam o serviço, não possuíam recursos, como Internet e livros (13,7%) ou não entendiam os conteúdos que eles estavam estudando (9,99%). Um quarto dos responsáveis (25%) afirmou não acompanhar por outro motivo.
Durante o aprendizado em casa, os estudantes tiraram dúvidas com seus responsáveis (44,1%), em livros ou materiais da escola (11,6%), com amigos, irmãos ou primos (11,5%), com professores (10,6%), em sites de busca (9,62%), em vídeos ou tutoriais disponíveis na Internet (9,47%), além de outras formas (3,17%).
No que se refere às atividades que os responsáveis realizaram juntos com os alunos, 27% realizaram tarefas escolares, 18,9% assistiram a vídeos, 16,6% ouviram música, 16,2% leram histórias, 9,56% praticaram esportes, 6,92% jogaram jogos de tabuleiro e 4,90% videogame.
Conectividade - Em relação ao acesso à internet, 58% disseram que têm conexão por cabo para a casa toda e 27,2% utilizam apenas a rede 3G ou 4G do celular. Já 11,6% usam o Wi-Fi do vizinho/comunidade, enquanto 3,09% não usam a internet. Neste último caso, 58% afirmam que não usam internet porque é muito caro, a conexão não chega até a casa (10,4%), não tem nenhum meio de acessar a internet (10,4%) ou não se sentem seguros com os filhos usando a internet (2,96%). Outros 18,55% não especificaram o motivo.
Já sobre os aparelhos com conectividade, 65,4% informaram o uso do celular, seguido de notebook (11,2%), televisão (9,30%), computador de mesa ou fixo (8,10%), tablet (4,08%) e videogame (1,99%). Sobre a velocidade da internet, 23,6% disseram conseguir acessar páginas da web, enquanto 23,2% acessam redes sociais, como o Facebook e o WhatsApp. Nas outras opções, 16,2% conseguem pesquisar na internet, 14,6% baixam aplicativos, 12,7% assistem vídeos no YouTube sem travar e 9,63% ligam para outras pessoas em chamada de vídeo sem travar.
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