Cidades
Lojistas alertam para 'quebra' de 80% de lojas e comércios de Niterói
Lojistas, profissionais de Educação Física e atuantes em salões de beleza e barbearias já reclamam de grandes prejuízos, desde as novas regras impostas pela Prefeitura de Niterói e prorrogadas na última sexta-feira (2). Apenas no setor do comércio, um dos mais importantes da cidade, a estimativa é que 80% do setor não resista às medidas.
Com relação aos profissionais de Educação Física, o decreto impactou diretamente no funcionamento de academias de ginástica e espaços destinados ao setor. Através da publicação no Diário Oficial, a prefeitura proibiu o funcionamento de academias, permitindo somente a prática de exercícios físicos de forma individual em praças, parques e praias do município, das 6h às 10h e de 18h às 22h.
De acordo com o presidente da Comissão do Conselho Regional de Educação Física (Cref) de Niterói, Luciano Gomes, o prejuízo para os profissionais do setor pode ser ainda maior caso não haja uma liberação no funcionamento das academias no próximo dia 12, considerando que a prorrogação segue até o dia 11.
"Somos 191 academias registradas em Niterói, quase quatro mil profissionais, além de estagiários e outros setores como manutenção, recepção, limpeza, etc. Somos o segmento que mais ficou em casa, foram cinco meses no período de um ano. Podemos reabrir com restrições maiores, protocolos mais rígidos, até que diminua o indicador síntese. Mas fechar não é a solução e ainda impacta demais o segmento"
Quem também reclama do impacto gerado pelas novas medidas são os lojistas.
"O cenário é desesperador e caso as medidas sejam estendidas, veremos muitas lojas decretando falência"
José Carlos Figueiredo, de 78 anos, aposentado
Segundo o presidente do Sindicato de Lojistas de Niterói (Sindlojas), Charbel Tauil, 'o efeito será devastador, com no mínimo 80% dos estabelecimentos comerciais do município sofrendo graves prejuízos, muito piores do que em 2020'.
"Dizemos isto porque no ano passado quem tinha alguma reserva financeira as queimou, não tendo no momento a mesma condição. Assim, o atual fechamento em Niterói acarretará inevitavelmente em centenas, talvez milhares de empresas locais encerrando de vez suas atividades. E grande parte desta quebradeira generalizada será culpa da prefeitura local, por se negar a debater com os legítimos representantes do setor"
Charbel Tauil, presidente do Sindicato de Lojistas de Niterói (Sindlojas)
Flexibilidade
Pelo novo decreto permanecem proibidas a permanência de pessoas nas ruas das 23h às 5h, assim como a continuidade do fechamento do comércio em geral, além de bares, quiosques, museus, galerias, bibliotecas, cinemas, teatros, casas de espetáculo e salas de apresentação.
Já os restaurantes a la carte ou prato feito passarão por flexibilização do dia 8 ao dia 11, liberando consumo no local, com metade da capacidade de público, das 11h às 21h. Lanchonetes, padarias e cafeterias abrirão das 8h às 20h, com atendimento presencial limitado a 30% da taxa de ocupação.
Restaurantes com buffet ou self-service permanecem fechados, assim como boates, danceterias, salões de dança e casas de festa.
De acordo com o decreto, funcionam normalmente até o próximo dia 11, mercados e supermercados, lojas de laticínios, açougues, peixaria, comércio de gêneros alimentícios e bebidas, hortifrutigranjeiros, quitandas, padarias, confeitarias, lojas de conveniências, mercearias, armazéns e similares, sendo vedado, em qualquer hipótese, o consumo no local.
Liberado
Está permitida a realização presencial de missas, cultos e as demais atividades religiosas, desde que a presença de público esteja limitada a 10%, ou no máximo 100 pessoas, o que representar o menor número.
Parque da Cidade, Campo de São Bento, Horto do Fonseca e Horto do Barreto ficam abertos das 9h às 16h, com capacidade reduzida a 25%. Também está liberada a prática de atividades físicas individuais em praças, parques e praias, bem como nos espaços abertos de uso comum em áreas particulares.
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