Homenagem
'Legado', diz pai de Henry em missa por dois anos da morte do filho
Cerimônia aconteceu aos pés do Cristo Redentor nesta quarta
Uma missa em memória de Henry Borel foi celebrada nesta quarta-feira (8), no Santuário Cristo Redentor. Há dois anos, o garoto foi assassino no apartamento em que morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, Dr. Jairinho, na Barra. Os dois são acusados do crime.
A homenagem teve início às 11h e foi organizada pelo Santuário em conjunto com Associação Henry Borel, fundada pelo pai do pequeno, Leniel Borel.
"O meu filho estava sendo criado para fazer a diferença na sociedade, eu queria estar vendo meu filho crescer, se multiplicar, mas eu não consigo mais. Nada que eu fizer vai trazer o Henry de volta. A gente luta por justiça, uma justiça justa no nosso país e uma justiça na proporção da brutalidade do que fizeram com aquela criança, de 4 anos, naquele apartamento, com a participação da mãe e do padrasto", afirmou.
Leniel citou a Lei Henry Borel, alegando que, mesmo não estando aqui, seu filho conseguiu, de certa forma, fazer a diferença para outras milhares de crianças que sofrem algum tipo de violência.
Durante esses dois anos, desde a noite em que o menino morreu após chegar com diversas contusões no Hospital Barra D'or, na Zona Oeste do Rio, Monique e Jairinho foram denunciados pelo Ministério Público, se tornaram réus no processo e aguardam júri popular.
"Nós lutamos muito para o júri popular. Eu lutei todo dia e tive momento de dúvidas, com a posição da juíza, do STJ, que deu uma decisão por ofício. Tivemos dúvidas se iam a júri popular, os dois, apesar de ter toda a materialidade do caso. Meu filho não volta, está morto. Três pessoas entraram naquele apartamento, dois adultos e uma criança, e saiu uma criança morta às 3h50 da manhã. Ainda sim, teve um pai que teve que lutar todos os dias para conseguir o júri popular", lamentou.
O Henry deixou um legado de justiça para todos nós, para darmos voz às crianças. As crianças falam, verbalizam, e muitos não acreditam, se omitem. Aconteceu comigo, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Nunca iam imaginar que um vereador e uma mãe com nível superior poderia assassinar o filho
A mulher responde em liberdade, concedida pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, enquanto Jairinho segue preso preventivamente em Bangu 8.
"Acreditamos que Monique foi omissa sim, e a justiça mais justa no nosso país se chama júri popular. E espero que o povo faça a justiça pelo meu filho", acusou.
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