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    Falta de empatia

    Lanchonete é construída ao lado de túmulos no Rio

    Empresa diz que vai demolir espaço em até dois dias

    Publicado 14/06/2023 às 19:21 | Atualizado em 15/06/2023 às 10:31 | Autor: Gabriel Villa Nova
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    Lanchonete foi construída próxima aos túmulos
    Lanchonete foi construída próxima aos túmulos |  Foto: Marcelo Eugênio

    Imagina você ir visitar o túmulo de um parente em um cemitério e não conseguir nem ler o nome no jazigo por ter uma lanchonete bem na frente? É o que acontece no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e que gerou muita polêmica. Segundo o jornal "O Globo", após o caso ser divulgado, a Megamatte, empresa responsável pela construção já praticamente acabada, informou que irá demolir a lanchonete em um prazo de, no máximo, 48 horas.

    Logo na entrada do cemitério, a construção da loja chamou a atenção das pessoas que frequentam o espaço. Isso porque a lanchonete, que tem cerca de oito metros de extensão, está a aproximadamente 40 centímetros dos túmulos. Para aqueles que desejam ler o nome de seus parentes na lápide, terão que se espremer entre o fundo da loja e a sepultura. Anteriormente, o espaço abrigava um toldo onde ficavam os caixões e carrinhos de transporte.

    Apesar da construção estar praticamente finalizada, somente na terça-feira (13), o cemitério, que é administrado pela Rio Pax, teria dado entrada na regularização da obra na Prefeitura do Rio. 

    A Prefeitura do Rio confirmou que a obra não foi licenciada e, portanto, é irregular. "A Coordenadoria de Cemitérios e Serviços Funerários, vinculada à Secretaria de Conservação, notificou a administração do cemitério para que a demolição ocorra em até 48 horas. Caso a demolição não seja realizada, a própria Prefeitura irá demolir na próxima segunda-feira (19)", disse o governo municipal em nota. 

    O prefeito do Rio, Eduardo Paes, reforçou em suas redes sociais que se a ordem de demolição não for cumprida, uma multa pesada poderá ser aplicada.

    • Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio
      Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio | Foto: Marcelo Eugênio
    • Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio
      Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio | Foto: Marcelo Eugênio
    • Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio
      Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio | Foto: Marcelo Eugênio
    • Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio
      Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio | Foto: Marcelo Eugênio
    • Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio
      Lanchonete construída no cemitério São João Batista em Botafogo - Marcelo Eugênio | Foto: Marcelo Eugênio
      

    Segundo um funcionário da Rio Pax, ouvido pelo ENFOCO e quis não quis se identificar, além do cemitério, a MegaMatte, também teria sido notificada para executar a demolição.

    Após a denúncia, agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) também estiveram no local para realizar uma vistoria e apurar se houve crime ambiental. "Os responsáveis pela empresa e do cemitério foram intimados, e as diligências seguem em andamento", disse o órgão em nota. 

    Latas de tintas, baldes, escadas e outros materiais de construção ainda estavam no local, na tarde desta quarta-feira (14). Além disso, caixas de madeiras e eletrodomésticos, como geladeira e freezer também já estavam dentro da loja, demonstrando que o espaço estava prestes a começar a funcionar.

    A reportagem do ENFOCO também visualizou um trator e um caminhão no cemitério, mas que não chegaram a ser utilizados.

    A Megamatte não respondeu sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

    TÚMULOS DE FAMOSOS AO LADO 

    O Cemitério São João Batista tem uma área total de 224 mil metros quadrados e foi inaugurado em 1852, ainda na época do imperador Dom Pedro II. O lugar ficou conhecido por ser o “Cemitério das Estrelas”.

    Alguns dos nomes conhecidos cujos corpos foram enterrados no local são dos cantores Tom Jobim, Cazuza e Carmen Miranda, do ex-jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira, Nilton Santos, o ex-apresentador Chacrinha, Santos Dumont, o “Pai da Aviação”, além de nove ex-presidentes do Brasil. Muitos dos túmulos destas personalidades públicas estão próximos à lanchonete.

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