Batalha pela vida
Jornalista com tumor cerebral luta por remédio negado por plano
Ex-ESPN e O Dia, profissional teve piora no quadro de saúde
O jornalista Bruno Otto Guedes, de 40 anos, vem enfrentando duas grandes lutas diárias. Diagnosticado com um tumor cerebral em 2021, denominado meningioma atípico grau II, ele alega que o plano de saúde SulAmérica nega fornecer o medicamento quimioterápico para o tratamento, que custa em torno de R$ 24 mil.
Bruno já teve passagens pela ESPN Brasil e jornal O Dia. Morando em Petrópolis com os pais, Guedes descobriu o tumor em maio daquele ano.
No mesmo período, o jornalista fez a cirurgia para ressecamento do tumor, contudo, já naquela época, enfrentou problemas na liberação da cirurgia.
"O plano, na época Amil, não autorizava a utilização de equipamentos como neuronavegador para a cirurgia. Só sendo realizada através de liminar realizada quase um mês após a internação", relembra o pai, João Pedro Guedes.
Pai de um menino de 7 anos, Bruno viu seu pesadelo reviver quando o tumor voltou a crescer em 2023. Ele passou por uma nova cirurgia no dia 23 de março.
Acontece que, desta vez, já com o plano SulAmérica, a família foi surpreendida com um novo problema: eles negaram a utilização do equipamento neuronavegador para o procedimento.
Sendo que a confirmação da negativa chegou três dias após ter sido realizada a cirurgia com neuronavegador, o médico alegou que não poderia esperar mais a resposta do plano, pelo risco de vida que ele corria. O plano não pagou ao hospital a utilização do equipamento
As contas do hospital chegaram na casa do Bruno e somavam R$ 51 mil.
Recusa na medicação
Após a segunda cirurgia, Bruno precisou fazer radioterapia por uma semana. Ele ficou afastado três meses do serviço e, quando reiniciou a rotina, teve uma recaída. Exames específicos comprovaram que seria necessário que o jornalista fizesse o uso de um medicamento chamado Sunitinibe.
Na prescrição, o uso deveria ser feito em 28 dias, em um ciclo de 42 dias. A família tentou acessar o medicamento via plano de saúde, mas foi negado. Eles entraram contra a empresa na Justiça e, na sentença, o juiz determinou que a SulAmérica tem que pagar a medicação.
Mesmo com a determinação, a família alega que Bruno ainda não conseguiu a liberação do medicamento
"A declaração médica revela que o autor, acometido de doença neurológica grave, necessita submeter-se com brevidade a tratamento oncológico. Por isso, não há motivo algum para a ré, operadora do plano de saúde de que ele é usuário, negar a cobertura respectiva", diz o documento.
Mesmo com a determinação, a família alega que Bruno ainda não conseguiu a liberação do medicamento. Por isso, eles recorreram a uma vaquinha online para tentar custear o remédio. A meta é arrecadar R$ 48 mil. Até esta quinta-feira (7), por volta de 11h40, ele havia conseguido R$ 28.974,63.
A empresa Amil ainda não retornou aos questionamentos. Enquanto a SulAmérica disse que "já liberou os medicamentos necessários para o tratamento e está comprometida em agilizar a sua entrega o mais rápido possível".
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