Cidades
Infestação de caramujos africanos assusta em SG
As chuvas trouxeram uma preocupação extra para moradores do Barro Vermelho, em São Gonçalo. Desde o início da semana, caramujos africanos têm se proliferado em residências na Avenida Primeiro de Maio, principal via do bairro, e alerta para os perigos que a espécie de molusco pode oferecer.
De acordo com o aposentado Carlos Alberto de Souza, de 74 anos, que reside no número 244, sempre que chove, os animais aparecem. No entanto, apenas nesta semana, segundo o morador, ele já retirou mais de cem moluscos do quintal.
"Sempre que chove, eles aparecem. Mas é sempre um, ou outro. Aí para de chover, eles somem. Só que dessa vez parece uma infestação, todo dia eu pego a pá e tiro um monte. E se eu ficar uma semana sem aparecer em casa? Os caramujos iriam tomar conta de tudo", afirmou.
A casa de Carlos Alberto fica próxima a um córrego. É de lá, segundo ele, que os caramujos. Casas mais próximas do rio sofrem ainda mais com a presença dos moluscos. O aposentado teme a proliferação de doenças, sobretudo em animais.
"Eu costumo soltar meu cachorro no quintal à noite, mas essa semana eu evitei. Fiquei com medo de ele estranhar o caramujo e ter contato, ou até comer. Mantive preso lá dentro", contou.
Questionada, a Secretaria de Saúde de São Gonçalo informou que uma equipe do Departamento de Vigilância Ambiental irá até o local verificar a situação e tomar as providências necessárias.
Caramujo-africano
De acordo com o biólogo João Rafael Marins, os caramujos africanos ou Achatina Fulica, nome científico, são uma espécie invasora, ou seja, não configuram como animal nativo do Brasil. Como o nome pressupõe, o molusco é oriundo do continente africano e foi introduzido de maneira proposital no país.
Para o especialista, por se tratar de uma espécia invasora, é mais fácil que o animal se prolifere rapidamente. Uma vez que, segundo o biólogo, a quantidade de predadores é baixa, que no caso dos caramujos africanos os mais comuns são aves da espécie Carão e Gavião-Caramujeiro.
Doenças
Refere a ameça de transmissão de doenças, João Rafael explica que, em casos extremos, o animal pode disseminar uma parasitose. Mas o especialista salienta que é importante que a população não tenha contato direto com o animal, uma vez que eles foram expostos a ambientes poluídos e insalubres.
"Na maioria das vezes, o caramujo-africano pode trazer não só malefícios relacionados diretamente a ele, mas também do ambiente de onde veio ou de outras espécies que convivem no mesmo habitat. São esses perigos que podem ter impacto na saúde humana ou de animais domésticos", explicou.
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