Tristeza
Idoso morre após cair da cama em hospital de Niterói; família denuncia
Parentes acusam unidade de negligência
A família de Deocrécio Coelho Filho, de 73 anos, acusa o Hospital Municipal Oceânico Gilson Cantarino, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, de negligência após o aposentado cair da cama e ter morte cerebral.
Segundo a família, Deocrécio buscou atendimento no Hospital Municipal Carlos Tortelly (antigo CPN), no dia 16 de fevereiro, quando começou a se sentir mal. Em seguida, ele deu entrada no Hospital Oceânico com quadro de infarto. Ele foi levado para fazer cirurgia no Hospital Universitário Antônio Pedro, no Centro, e retornou ao Oceânico. No entanto, no dia que teria alta médica, foram detectadas uma bactéria hospitalar e uma infecção urinária. A partir daí, a família alega que começou uma dor de cabeça com a equipe médica que cuidava do paciente.
“Um certo dia, eu cheguei no hospital para visitá-lo e me deparei com ele sujo e sem roupa. Fiquei indignada, porque ele é idoso e estava debilitado, podendo pegar uma pneumonia. Fui até a enfermagem para pedir informações e saber por que ele estava daquele jeito. Falaram que ele estava agressivo. Com a minha exigência, eles colocaram a fralda nele, inclusive eu até ajudei”, contou Roselane Vasconcelos, de 61 anos, esposa de Deucrécio.
Em outra visita ao marido, ela relata que se deparou com a grade de proteção da cama aberta. Na ocasião, um paciente que estava internado teria alertado para ela ficar atenta, pois uma das enfermeiras estaria gritando com o aposentado durante os atendimentos.
“O problema era só com essa médica. Eu cheguei a avisar que, se caso acontecesse alguma coisa com meu marido, eu não ia ficar quieta”, disse.
A família conta que na última segunda-feira (14) recebeu um telefonema do hospital informando que o paciente havia caído da cama e transferido para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca.
“Meu marido estava em coma por conta da lesão na cabeça. Eu pedi muito para não deixar ele sozinho, já que não deixavam ficar com acompanhante. Ele era um homem bom, não merecia passar por isso”, disse Roselane.
Nesta quinta-feira (17), Karen Valéria Vasconcelos, de 42 anos, filha do aposentado, foi até a unidade conversar com os novos médicos que estavam cuidando de seu pai. Segundo ela, infelizmente recebeu a notícia que não esperava.
“Como o Hospital Oceânico não enviou o Boletim de Atendimento Médico do meu pai para o Azevedo Lima, tive que ir lá passar para a equipe todo o estado de saúde do meu pai e acabei sendo informada que meu pai teve morte cerebral. Ele já deu entrada na unidade nesse estado, ou seja, o Oceânico empurrou a bomba para Azevedo Lima. Quero justiça!”, protestou.
A família registrou o caso na Delegacia do Centro de Niterói (76ª DP).
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói informou que foi aberta uma sindicância interna pela direção do Hospital Municipal Oceânico Gilson Cantarino para apuração do ocorrido e tomada das medidas cabíveis. Segundo o órgão, a unidade preza por um atendimento de qualidade e segurança do paciente.
A secretaria informou ainda que, ao sofrer a queda, o paciente foi imediatamente socorrido e encaminhado ao Hospital Estadual Azevedo Lima para avaliação de um neurocirurgião, sendo liberado no mesmo dia, retornando ao Oceânico. No entanto, ao apresentar piora, retornou ao hospital do Fonseca. Ainda de acordo com a secretaria, a família foi acolhida pela equipe de psicologia, serviço social, enfermagem e médica, no sentido de prestar todas as informações e apoio.
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