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    Guardas de Niterói envolvidos em protesto são afastados

    Anúncio ocorre após a utilização de spray de pimenta em crianças

    Publicado 15/02/2022 às 19:13 | Autor: Rômulo Cunha
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    Criança foi atingida pelo spray.
    Criança foi atingida pelo spray. |  Foto: Alex Ramos

    Dois guardas de Niterói, envolvidos no protesto desta segunda-feira (14) sobre a morte do vendedor de balas, Hyago Macedo, de 21 anos, foram afastados das funções por tempo indeterminado.

    Segundo a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), os casos envolvendo a agressão contra um manifestante, que já estava detido pela Polícia Militar, e sobre o uso do spray de pimenta em uma criança estão sendo apurados pela Corregedoria da Guarda Municipal de Niterói. 

    A pasta também informou que as possíveis punições estão elencadas no estatuto da Guarda Municipal de Niterói e que a avaliação sobre a conduta dos agentes será emitida após o completo esclarecimento dos fatos. A secretaria ainda reiterou que o spray de pimenta é utilizado somente quando a integridade física dos próprios agentes ou de terceiros estiverem em risco.

    Ainda de acordo com a Seop, o treinamento para o uso do mecanismo segue os padrões internacionais de uso desse tipo de equipamento. A secretaria ressaltou que repudia qualquer tipo de ação que esteja fora dos padrões éticos de comportamento e que seus agentes passam por constantes treinamentos e cursos de reciclagem periódica, incluindo cursos de abordagem.

    O prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), lamentou, pelas redes sociais, a morte de Hyago.

    Representação

    Guarda utilizou spray de pimenta para afastar manifestantes.
    Guarda utilizou spray de pimenta para afastar manifestantes. |  Foto: Alex Ramos

    A vereadora Walkíria Nitcheroy (PC do B) e a Associação Assistencial dos Comerciantes Ambulantes do Município de Niterói (ACANIT) entraram nesta terça-feira (15) com uma representação contra os guardas municipais envolvidos no protesto.

    Segundo o ofício, o recente caso de agressão e o uso desproporcional da força são justificativas para a representação contra servidores integrantes da guarda municipal. 

    'A ação da Guarda Municipal ao invés de apaziguar a situação acabou por gerar a desordem. O caso de agressão desproporcional e injustificada do guarda teve como vítima diversas pessoas sem qualquer motivo que representasse uma grave ameaça contra este'

     

    Citando a manifestação ocorrida na frente da estação das barcas nesta terça-feira (15), a vereadora ressalta que a representação pode auxiliar no caminho da apuração dos fatos, contribuindo em um sentimento de justiça. 

    "As denúncias são muito graves e nós seguiremos acompanhando o caso e lutando",  comentou.

    O presidente da ACANIT, Fernando Carvalho, também se posicionou sobre a ação dos guardas municipais. Segundo ele, o modelo de segurança é inadequado quando está relacionado com vendedores ambulantes. 

    "Há anos questionamos esse modelo agressivo e truculento. Ontem, mais uma ação aconteceu de forma desorganizada. Isso acontece cotidianamente com mulheres e ambulantes. Esse é um retrato da falta de política pública para organizar o trabalho desses ambulantes. Esse modelo de segurança adotado não funciona mais."

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