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    Grupo protesta contra construção de tirolesa no Pão de Açúcar

    Segundo manifestantes, obra acarretará impactos ambientais

    Publicado 27/03/2023 às 16:49 | Autor: Manuela Carvalho
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    Intenção é protestar contra os impactos ambientais que a construção pode acarretar
    Intenção é protestar contra os impactos ambientais que a construção pode acarretar |  Foto: Divulgação / Rodrigo Filho

    Integrantes do grupo "Pão de açúcar sem tirolesa" realizaram um ato neste domingo (26), na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio, contra a construção de uma mega tirolesa que vai ligar os Morros do Pão de Açúcar e da Urca. Segundo os organizadores do ato, a intenção é protestar contra os impactos ambientais que a construção pode acarretar.

    O local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1973, além de ter sido reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco, em 2012. O grupo também realizou um abraço simbólico na Praça General Tibúrcio.

    Ato contou com a presença de 400 pessoas, entre ambientalistas, montanhistas, moradores da Urca, cidadãos do Rio e de outros estados, políticos e representantes de diversas entidades.

    "Tomamos conhecimento, pelas redes sociais, de atividades de perfuração em rocha absolutamente surpreendente. Foi então que o movimento tomou forma. O objetivo do movimento é o enfrentamento a essa iniciativa expansionista predatória, que a companhia aérea do Pão de Açúcar vem perpetrando nos cumes desse movimento icônico", explica Ana Paula Vizintini, coordenadora jurídica do movimento.

    O arquiteto Sergeo Alvim, representante do movimento, relatou que no levantamento de informações sobre o processo da tirolesa, já licenciado no Iphan, foram encontrados mais oito processos, que vão aumentar em 50%, em média, a área construída.

    “Na verdade, a tirolesa é só o início de um processo expansionista… muda a volumetria. E, além da área construída, estão previstas passarelas que vão modificar o aspecto, mudando o volume da construção e o paisagismo. É evidente que a licença concedida contraria vários princípios de proteção do patrimônio", acusou. 

    Por meio de nota, o Parque Bondinho Pão de Açúcar disse que a obra para a instalação da tirolesa que vai ligar os morros do Pão de Açúcar e da Urca está totalmente regular, tendo obtido todas as licenças necessárias para o desenvolvimento desse projeto, e esclareceu que, para a realização da obra, consultou previamente os interesses da sociedade civil por meio de organizações competentes junto ao Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa) e cumpriu com todos os requisitos técnicos solicitados pelo Iphan, Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS).

    "O Parque Bondinho reforça ainda seu compromisso com o meio ambiente e ressalta que o projeto da tirolesa foi aprovado para ser executado em áreas dentro do limite do Parque e anteriormente já objeto de outras ações humanas. Pontua também que o principal objetivo do projeto é gerar felicidade nas pessoas, garantindo acessibilidade e continuando a contribuir com o turismo consciente e positivo do Rio de Janeiro. Houve, recentemente, uma interrupção das atividades em rocha, que foram acordadas com a Secretaria Municipal do Ambiente e Clima (SMAC) visando a obtenção de análise adicional, que está em andamento. Porém a Geo-Rio já concedeu parecer favorável ao projeto da tirolesa, emitindo a licença para as atividades. Por fim, informa que integridade, sustentabilidade e segurança fazem parte dos seus valores, sendo base para o seu propósito de inspirar felicidade em todas as pessoas", diz o comunicado.

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