Reivindicação
Grupo protesta contra construção de tirolesa no Pão de Açúcar
Segundo manifestantes, obra acarretará impactos ambientais
Integrantes do grupo "Pão de açúcar sem tirolesa" realizaram um ato neste domingo (26), na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio, contra a construção de uma mega tirolesa que vai ligar os Morros do Pão de Açúcar e da Urca. Segundo os organizadores do ato, a intenção é protestar contra os impactos ambientais que a construção pode acarretar.
O local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1973, além de ter sido reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco, em 2012. O grupo também realizou um abraço simbólico na Praça General Tibúrcio.
Ato contou com a presença de 400 pessoas, entre ambientalistas, montanhistas, moradores da Urca, cidadãos do Rio e de outros estados, políticos e representantes de diversas entidades.
"Tomamos conhecimento, pelas redes sociais, de atividades de perfuração em rocha absolutamente surpreendente. Foi então que o movimento tomou forma. O objetivo do movimento é o enfrentamento a essa iniciativa expansionista predatória, que a companhia aérea do Pão de Açúcar vem perpetrando nos cumes desse movimento icônico", explica Ana Paula Vizintini, coordenadora jurídica do movimento.
O arquiteto Sergeo Alvim, representante do movimento, relatou que no levantamento de informações sobre o processo da tirolesa, já licenciado no Iphan, foram encontrados mais oito processos, que vão aumentar em 50%, em média, a área construída.
“Na verdade, a tirolesa é só o início de um processo expansionista… muda a volumetria. E, além da área construída, estão previstas passarelas que vão modificar o aspecto, mudando o volume da construção e o paisagismo. É evidente que a licença concedida contraria vários princípios de proteção do patrimônio", acusou.
Por meio de nota, o Parque Bondinho Pão de Açúcar disse que a obra para a instalação da tirolesa que vai ligar os morros do Pão de Açúcar e da Urca está totalmente regular, tendo obtido todas as licenças necessárias para o desenvolvimento desse projeto, e esclareceu que, para a realização da obra, consultou previamente os interesses da sociedade civil por meio de organizações competentes junto ao Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa) e cumpriu com todos os requisitos técnicos solicitados pelo Iphan, Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação e Simplificação (SMDEIS).
"O Parque Bondinho reforça ainda seu compromisso com o meio ambiente e ressalta que o projeto da tirolesa foi aprovado para ser executado em áreas dentro do limite do Parque e anteriormente já objeto de outras ações humanas. Pontua também que o principal objetivo do projeto é gerar felicidade nas pessoas, garantindo acessibilidade e continuando a contribuir com o turismo consciente e positivo do Rio de Janeiro. Houve, recentemente, uma interrupção das atividades em rocha, que foram acordadas com a Secretaria Municipal do Ambiente e Clima (SMAC) visando a obtenção de análise adicional, que está em andamento. Porém a Geo-Rio já concedeu parecer favorável ao projeto da tirolesa, emitindo a licença para as atividades. Por fim, informa que integridade, sustentabilidade e segurança fazem parte dos seus valores, sendo base para o seu propósito de inspirar felicidade em todas as pessoas", diz o comunicado.
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