Gatos são flagrados em depósito de supermercado em Maricá

Um bando de 13 gatos foi encontrado no estoque do supermercado Super Market do bairro São José do Imbassaí, em Maricá. Imagens registradas por funcionários mostram também fezes dos animais espalhados pelo chão, além de uma caixa de areia. 

De acordo com a Secretaria de Defesa do Consumidor, o órgão vistoriou a loja após denúncia e flagrou os felinos no local. A pasta estipulou um prazo de 72 horas para que os responsáveis pelo estabelecimento deem uma destinação adequada aos  bichos, dando ciência à Coordenadoria de Proteção Animal do município. 

No último dia 13, na mesma rede de supermercado mas em outra unidade, em Niterói, uma mulher acabou mordida por um rato enquanto escolhia produtos em uma prateleira dentro do supermercado. Na época, a rede informou que após o ocorrido aumentou o combate aos ratos e pragas com atuação nas áreas internas e externas do estabelecimento. 

Leia+: Mulher é mordida por rato dentro de supermercado em Niterói

Procurada, a rede Super Market pediu desculpas em relação à forma inadequada de acolhimento dos animais na loja de Maricá e reforçou que busca uma instituição de para retirada dos animais.

Fezes de gato podem gerar doenças tanto nos animais quanto nas pessoas

O espaço diz que reitera o compromisso com os padrões de qualidade internos e estabelecidos pelos órgãos de fiscalização para que todos os processos sejam tratados e seguidos.

"Pedimos desculpas em relação à forma inadequada de acolhimento dos animais na loja de Maricá e reforçamos que buscamos uma instituição de acolhimento para retirada dos animais da loja e orientamos todos os colaboradores para não seguir este tipo de acolhimento e ressaltamos que todo o protocolo de limpeza e higienização diária das nossas lojas seja veemente seguido e a nossa equipe de Operação está a frente para garantir o melhor para os nossos clientes", disse em nota.

Em Maricá, consumidores podem denunciar irregularidades em estabelecimentos comerciais através do WhatsApp (21) 97235-7207 ou pelo telefone fixo (21) 2634-1342.

Perigo

De acordo com o veterinário vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), Diogo Alves da Conceição, fezes de gato podem gerar doenças tanto nos animais quanto nas pessoas que tiverem contato com eles, mais especialmente nas crianças.

Ao pousar nos dejetos dos animais, as moscas podem transmitir bactérias aos alimentos de restaurantes ou lanchonetes próximos às fezes dos bichinhos, e, a partir disso, algumas doenças podem ser adquiridas pelas pessoas

De acordo com o especialista, no Brasil, existem mais de 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos domésticos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por isso, a atenção e os cuidados com os animais de estimação devem ser redobrados.

"Ao pousar nos dejetos dos animais, as moscas podem transmitir bactérias aos alimentos de restaurantes ou lanchonetes próximos às fezes dos bichinhos, e, a partir disso, algumas doenças podem ser adquiridas pelas pessoas. Os riscos de deixar o cocô de cachorro nas ruas aumenta a incidência das zoonoses, que são doenças transmitidas dos animais para o homem e vice-versa", complementou.

Doenças 

O especialista explica que as verminoses são as doenças mais comuns, dentre elas estão duas, a do gênero toxocara e a ancylostoma. Esses vermes ficam no intestino dos cães, que quando defecam expelem um deles, a partir disso se um animal ou uma pessoa entra em contato com essas fezes, pode adquirir doenças causadas por essas verminoses. No caso da ancylostoma, a larva dele pode causar o bicho geográfico, as lombrigas, que ficam debaixo da pele. Esse verme é muito comum em quem brinca descalço em campos de areia, por isso as crianças são alvos mais propícios a adquirir essas doenças, pois ficam mais expostos em lugares como parques e praias. 

Com relação à importância do recolhimento das fezes dos animais pelos proprietários, além de tirar o riscos dos outros animais, o dono pode evitar doenças no próprio bichinho, que pode manifestar pelas suas próprias fezes. O animal que adquire a doença através da sua própria sujeira é chamada de ‘reinfestado'. 

Em relação aos gatos, o veterinário esclarece que diferente do que muitos pensam, estima-se que somente entre 10 a 15% carreguem o parasita, com destaque para gatos que vivem ou que têm acesso à rua.

Isso porque a contaminação do gato pelo parasita ocorre principalmente a partir da ingestão de carne de caça (como aves e roedores) contaminada pelo agente, ou pelo consumo de carne crua de origem desconhecida oferecida pelos tutores.