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    Chuvas

    Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas

    Pedido veio do presidente do Sindicato

    Publicado 01/04/2022 às 11:35 | Atualizado em 01/04/2022 às 13:33 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Lixo acumulado e a lama deram o tom de caos, gerado pela greve da categoria.
    Lixo acumulado e a lama deram o tom de caos, gerado pela greve da categoria. |  Foto: Karina Cruz

    Garis do Rio atuam nas ruas da cidade, após fortes chuvas que caíram sobre a capital nesta madrugada e manhã de sexta-feira (1º). O lixo acumulado e a lama deram o tom de caos, gerado pela greve da categoria. Havia, principalmente, galhos de árvore espalhados pelo chão - trazidos pelas enchentes. 

    Trabalhadores decidiram pausar a greve, por três dias, como forma de amenizar os impactos dos temporais. O pedido veio do presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Rio, Manoel Meireles. Ele temia um colapso. 

    Por exemplo, a Defesa Civil do Rio recebeu 14 chamados entre 19h de quinta-feira (31) e 6h desta sexta-feira (1º), em decorrência das fortes chuvas.

    Os chamados da população foram para atendimento de ocorrências nas quais havia ameaça de desabamento de estruturas ou infiltração e rachaduras em residências (8), por deslizamentos de barreira (4), entre outras. 

    Mas, além disso, diversas ruas ficaram alagadas. Registros publicados em redes sociais exibiam lixos boiando em meio à enchentes durante a noite de quinta em pontos distintos da cidade.

    A equipe do ENFOCO flagrou, nesta sexta, diversos pontos de alagamentos do Centro a Zona Sul no decorrer da manhã. Em Copacabana, ainda foi possível encontrar lixos jogados em algumas esquinas. 

    No Rio Maracanã, canal que corta os bairros da Tijuca, Alto da Boa Vista e Santo Cristo, uma equipe com cerca de 12 garis atuava na remoção de lixos trazidos pelo transbordamento do rio. 

    “Garantimos que iremos ficar focados para tentar remover essa sujeira o máximo possível para caso caiam maiores temporais, não haja maiores problemas para a cidade”, frisou Denis de Lima Nunes, encarregado da gerência da Comlurb na região do Maracanã. 

    O trabalho das equipes, basicamente, tem girado em torno de desobstrução de bocas de ralos, retirada de lixos em valões, raspagem de terra em calçadas, dentre outros. 

    “O nosso foco hoje aqui no Rio Maracanã é porque teve a maior demanda, com transbordo do rio. É lógico que, terminando aqui, vamos procurar as outras ruas que vêm de encontro para ver ralos obstruídos e fazermos a limpeza. Começou por volta de 6h e vai trocando de turno. Trabalhamos 24h sem parar”, continuou Denis.

    O primeiro turno da Comlurb ocorre de 0h as 6h. Já o segundo, atua de 6h às 14h. Enquanto o terceiro trabalha das 14h às 22h20. 

    “Hoje, aqui, em média 12 homens estão fazendo esse serviço. Outras equipes com suas gerências responsáveis pelas áreas também estão nas ruas e a equipe de emergência também, que não tem local fixo. Tem muito lixo pendurado, a gente chama de bandeirolas, o rio transbordou durante a madrugada. Por ora, vamos fazer a limpeza somente onde há maior necessidade. Não tem uma determinação certa. A chuva transbordou o valão e estamos aqui fazendo a limpeza. ”, conclui Denis. 

    A luta dos trabalhadores da Comlurb continua e o movimento de greve será retomado na próxima segunda-feira (4) caso, até lá, a Prefeitura do Rio não apresente uma solução considerada satisfatória para os funcionários da Companhia, diz o presidente do Sindicato dos Garis, Manoel Meireles.

    As ocorrências da Defesa Civil do Rio foram registradas nos bairros de Barra de Guaratiba, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Cidade Nova, Tijuca e Vila Isabel. Até o momento não houve registro de situações graves envolvendo feridos, garante a pasta ao ENFOCO.

    Na noite de quinta-feira (31), as sirenes do sistema de alerta foram acionadas em 36 comunidades das zonas Sul, Norte e Oeste. Ao todo, 71 sirenes foram tocadas entre 22h15 e 0h nas localidades que ultrapassaram o limite de 40 milímetros em uma hora determinado pelo protocolo de acionamento do alarme sonoro. A informação é da Prefeitura do Rio.

    Em algumas localidades, o volume de chuva ultrapassou os 100 milímetros: Formiga (Tijuca) - 138mm, Rocinha - 126,6mm, Macacos (Vila Isabel) - 118mm, Andaraí - 110mm e Chácara do Céu (Vidigal) - 102mm.

    Durante toda a noite e madrugada, equipes da Defesa Civil estiveram em contato com as lideranças comunitárias para identificar ocorrências emergenciais e também para garantir atendimento em caso de necessidade de abertura e uso de pontos de apoio. Todas as sirenes já foram desligadas.

    • Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas
      | Foto: Karina Cruz
    • Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas
      | Foto: Karina Cruz
    • Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas
      | Foto: Karina Cruz
    • Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas
      | Foto: Karina Cruz
    • Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas
      | Foto: Karina Cruz
    • Garis pausam greve para minimizar estragos das chuvas
      | Foto: Karina Cruz
     

    Comlurb

    A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) chamou a greve dos garis de 'ilegal'. E informou que mantém seu plano de contingência em andamento. Também disse que está fazendo um grande esforço para minimizar os prejuízos à população.

    "A Comlurb está priorizando os serviços essenciais como a coleta domiciliar e a limpeza de feiras, escolas e hospitais. Embora com algum atraso por conta de registro de sabotagem de caminhões e a necessidade de escolta de pessoal e equipamentos, a coleta domiciliar vem sendo feito com o apoio das medidas de contingência, incluindo a contratação de mão de obra terceirizada", continua.

    A Prefeitura diz que todas essas ações representam um alto custo para a Companhia, além de mobilizar pessoal da área de segurança, como a Guarda Municipal (GM) e a Polícia Militar (PM), que poderia estar atuando na proteção à população da cidade.

    "Mais de 20 caminhões que tiveram o cabo de alimentação do compactador cortados por manifestantes de má fé estão parados nas garagens, atrapalhando o serviço daqueles que desejam continuar trabalhando, que é a grande maioria", informa a Comlurb.

    A Companhia registrou boletim de ocorrência do definiu como 'casos de sabotagem'. E analisa ainda as medidas cabíveis contra aqueles que promoveram algum tipo de agressão, ameaças e danos ao patrimônio.

    "A Justiça já concedeu uma ordem de restrição para manter pessoas do movimento identificadas com esse comportamento criminoso a uma distância de  50 metros de caminhões e gerências da Companhia", informa.

    A Comlurb agradece aos garis que continuaram trabalhando e lembra da importância para a cidade do Rio do retorno ao serviço daqueles que aderiram à greve ilegal.

    "Lembrando que o movimento vem sendo reiteradamente considerado ilegal pela Justiça do Trabalho. A Comlurb pede a colaboração da população nesse período, respeitando dia e horário da coleta, se possível dispondo o lixo na hora em que o caminhão estiver realizando o serviço", finaliza.

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