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    Último adeus

    'Fica a história', diz Mauro Quintaes no velório de Max Lopes

    Cerimônia de despedida foi no Parque da Colina, em Niterói

    Publicado 26/09/2023 às 13:24 | Atualizado em 26/09/2023 às 13:48 | Autor: Manuela Carvalho
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    Max faleceu no último sábado (23) após falência múltipla dos órgãos
    Max faleceu no último sábado (23) após falência múltipla dos órgãos |  Foto: Marcelo Eugênio

    O corpo do carnavalesco Max Lopes, de 74 anos, foi velado na manhã desta terça-feira (26), no cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, Região Metropolitana do Rio. Conhecido como o ''Mago das Cores'', ele morreu no último sábado (23), após uma insuficiência múltipla dos órgãos.

    Max estava com câncer de próstata e deu entrada no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, no dia 24 de agosto, com um quadro de instabilidade hemodinâmica e insuficiência renal aguda, segundo a unidade. Próximo de completar um mês internado, ele acabou não resistindo.

    Vera Garcia era prima de Max e acompanhou seus últimos momento de vida
    Vera Garcia era prima de Max e acompanhou seus últimos momento de vida |  Foto: Marcelo Eugênio

    "Agora, no final, ele estava um pouco deprimido, depois ele pegou covid. Mas, infelizmente, o câncer de próstata não conseguiu reverter, teve uma insuficiência renal e foi embora. Ele era uma pessoa alegre, de caráter, firme com os seus objetivos. Foi um guerreiro na vida, conseguiu fazer tudo que ele planejava e alamejava", contou a prima de Max, Vera Garcia, com quem ele esteve no último momento.

    Várias personalidades do Carnaval e profissionais que trabalharam com o carnavalesco marcaram presença na cerimônia para dar o último adeus.  

    A coreógrafa Elizete Mascarenhas trabalhou com o carnavalesco
    A coreógrafa Elizete Mascarenhas trabalhou com o carnavalesco |  Foto: Marcelo Eugênio

    "O Max foi muito mais do que um simples carnavalesco, foi um amigo. Muitas vezes era nosso pai porque ele indicava o caminho que a gente tinha que seguir. Eu me sinto muito orgulhosa e ele não vai morrer nunca porque ele é eterno. Deixou um legado que não será esquecido: ser humilde. Não acredito que tenha alguém nessa terra que não tenha gostado de Max Lopes", disse Elizete Mascarenhas, coreógrafa que trabalhou com o carnavalesco.

    Mauro Quintaes ressaltou a importância de Max no Carnaval
    Mauro Quintaes ressaltou a importância de Max no Carnaval |  Foto: Marcelo Eugênio

    Mauro Quintaes, carnavalesco da Porto da Pedra, ressaltou a importância do Max no Carnaval e o quanto é importante que as novas gerações reconheçam o trabalho que o ''Mago das Cores'' fez ao longo dos anos.

    "Eu não estaria aqui hoje para falar sobre uma figura de Carnaval se não fosse o Max. Eu comecei a trabalhar com o Max, por nove anos. Então, tudo que eu aprendi em termos de estrutura de Carnaval, mecânica barracão foi com o Max. Fica essa história dele, o bigode mais famoso do Carnaval. Espero que as futuras gerações reconheçam essa figura", ressaltou.

    Mauro relembrou o enredo da São Clemente de 2010, quando homenageou o amigo em um dos carros alegóricos.

    "Eu tinha que colocar ali um carnavalesco que fosse importante, então eu falei: 'não posso falar de qualquer outro que não seja ele', aí fizemos a escultura dele lá, com o bigodão! E a São Clemente sobe né, foi uma sorte boa", completou Quintaes. 

    Jorge Silveira destacou a generosidade do amigo
    Jorge Silveira destacou a generosidade do amigo |  Foto: Marcelo Eugênio

    O carnavalesco Jorge Silveira, que atualmente está na Mocidade Alegre, em São Paulo, trabalhou ao lado de Mauro. Ele destacou umas de suas principais características: a generosidade.

    "Eu tive a oportunidade de trabalhar dois anos com ele, tendo a oportunidade de aprender. Ele era uma figura que está além do Carnaval. Um ser humano incrível, extremamente generoso e que formou gerações de profissionais. Ele é imortal! Artista não morre, vira eternidade", afirmou.

    Nos minutos finais da cerimônia, representantes da Mangueira e da Imperatriz fizeram uma homenagem a Lopes, cantando os sambas que consagraram o carnavalesco campeão nas escolas. Às 12h30, o corpo seguiu para uma cerimônia fechada aos familiares, onde foi  cremado.

    Trajetória de campeão

    Lopes foi campeão do carnaval do Rio pela Mangueira, com o enredo 'Yes, Nós Temos Braguinha', em 1984, pela Imperatriz Leopoldinense, com o 'Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós', em 1989.

    Mais tarde, em 2002, retornou à Mangueira para conquistar outro título com o enredo "Brasil com 'Z' é pra cabra da peste, Brasil com 'S' é nação do Nordeste".

    A trajetória de Max Lopes também inclui passagens por outras escolas de samba, como Vila Isabel, Viradouro (onde foi campeão do grupo de acesso em 1990 com o enredo "Só Vale o Escrito"), Santa Cruz, Unidos de Lucas, Grande Rio, entre outras agremiações.

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