Cidades
Familiares enterram mortos do Salgueiro, em São Gonçalo
Publicada às 17h20. Atualizada às 17h55.
Dor, tristeza e comoção. Esses foram os sentimentos das famílias que se reuniram na tarde desta terça-feira (23), no Cemitério São Miguel, em São Gonçalo, para enterrar cinco das nove vítimas do confronto entre policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e traficantes no Complexo do Salgueiro, na noite do último domingo (21).
Familiares de Douglas Vinícius Medeiros da Silva, Ítalo George Barbosa Gouveia Rossi, Carlos Eduardo Curado de Almeida, Kauã Brenner Gonçalves Miranda e David Wilson de Oliveira Antunes estiveram no local para prestar as últimas homenagens aos mortos no confronto.
O velório e o enterro de Douglas Vinícius aconteceu por volta das 12h30. Familiares de Ítalo e Kauã se concentraram por volta das 15h, família e amigos de David Wilson se reuniram às 16h e parentes de Carlos Eduardo se encontraram por volta das 16h30. As famílias realizaram os velórios na Capela Nova São Gonçalo, em frente ao cemitério.
Procuradas, as famílias não quiseram se pronunciar. A mãe de Kauã, grávida de três meses, foi a mais emocionada, sendo amparada por amigos e conhecidos de seu filho. De acordo com a Polícia Militar, dos cinco enterrados nesta tarde, Douglas, de 27 anos, Kauã, de 17, e David, de 22, não tinham passagem.
MP
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Niterói e São Gonçalo, instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) próprio para investigar a operação realizada no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, neste domingo (21).
A decisão acontece após o MP tomar conhecimento dos fatos. O procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, noticiou à Promotoria de Justiça com atribuição, que foi ao local para colher informações e ouvir moradores. Um perito integrante do quadro técnico da instituição também foi designado ao Instituto Médico Legal para acompanhar o exame dos corpos.
Armas recolhidas
As armas dos policiais envolvidos na operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), ocorrida no último domingo (21), no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que resultou em nove mortes, serão apreendidas pela Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo.
O títular da DH, Bruno Cleuder, esteve na sede do Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo, para verificar o andamento da liberação dos oito corpos encontrados no manguezal, na localidade conhecida como Palmeira, uma das favelas existentes no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
Ele informou que ainda aguarda o laudo da perícia para descartar, ou não, o uso de arma branca durante a ação. O documento está previsto para sair no fim da tarde desta terça-feira (23).
Um policial do BOPE, que teria participado da ação, a qual culminou nas mortes, fez uma série de publicações nas redes sociais, celebrando o ataque e garante que ainda existem outros corpos na área de mata.
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