Cidades
Família cobra por demora na remoção de corpo de pastor em Niterói
A família do policial militar reformado e pastor Carlos Alberto Moura de Almeida, de 61 anos, conhecido como Pastor Caio, que teria morrido de infarto na Arena Niterói, no Largo da Batalha, em Niterói, teve que aguardar cerca de 7 horas para a remoção do corpo da vítima neste domingo (21).
O pastor da Igreja Evangélica Congregacional Independente em Nova Grécia, em São Gonçalo, estava prestes a iniciar uma partida de futebol, quando durante uma conversa entre amigos passou mal e faleceu, disse parentes. Ele tinha diagnóstico de hipertensão. Deixa esposa e três filhos.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para a ocorrência por volta de 9h, mas familiares alegam que os militares nada fizeram no local.
"Não retiraram o corpo, não justificaram, a gente no desespero e eles não falaram nada e nem registraram a morte", lamentou a filha Pâmella Rodrigues Almeida, 35 anos.
Segundo Pâmella, o irmão foi até à 79ª Delegacia de Polícia (Jurujuba) para registrar o caso. Ela afirma que o corpo só foi removido pela Defesa Civil às 16h para o Posto Regional de Polícia Técnico-científica de Niterói.
Procurado, o Corpo de Bombeiros diz que apura as circunstâncias da ocorrência. Mas de antemão, explicou o protocolo de recolhimento de cadáveres.
Disse que o acionamento do serviço de remoção de cadáveres é feito, exclusivamente, pela Polícia Civil (delegacia da área), que emite um documento chamado GRC (Guia de Recolhimento de Cadáver).
"A retirada de um corpo pela equipe de militares depende da emissão da documentação citada, que, podemos dizer, funciona como uma autorização legal para o recolhimento. Inclusive, a GRC é imprescindível para a entrada no IML", justificou.
A Polícia Civil disse que o corpo não havia sido removido por agentes por se tratar de morte natural, sem indícios de crime.
Emocionada, a filha disse que o pai era conhecido como Pastor Caio. E explicou que por conta do ministério, ele era muito querido. Também lamentou a demora para a remoção do corpo.
"O meu pai era pastor. Reabilitou muitos jovens do tráfico, ajudou muitas pessoas. Merece todas as homenagens do mundo. Era um herói de guerra e batalha. Grande líder e pastor. Eu como filha ter que colocar algodão no nariz e no ouvido do meu pai porque estava vazando sangue, foi uma coisa que nunca imaginei. Ele estava largado no chão. Um descaso pela pessoa que lutou pelo Estado em quase 40 anos na Polícia Militar", lamentou Pâmella.
O Subtenente Moura atuava no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) do Fonseca, na Zona Norte de Niterói. Ele estava aposentado há cerca de 8 anos.
"Essa alegria que irei guardar, esse sorriso te expressa, um dia nos veremos na glória. Vai em paz", publicou o filho e pastor Carlos Patrick em uma rede social.
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