Cidades
Falta de entrega interrompe vacinação contra a Covid-19 em Maricá a partir desta quinta
Em razão tanto do não recebimento de novas doses de vacina pelo Ministério da Saúde (MS), quanto da entrega sistemática de volumes abaixo da necessidade real da cidade, a vacinação contra a Covid-19 será interrompida em Maricá a partir desta quinta-feira (22).
Além da quantidade insuficiente para imunizar a população dentro do estabelecido pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), os frascos com quantidade menor da vacina registraram mais perdas do que o esperado, como está ocorrendo em todo o país. A situação foi comunicada à Secretaria Estadual de Saúde.
A possibilidade de suspensão já havia levado a Prefeitura a abrir ação judicial nesta terça-feira (20) contra a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o intuito de obrigar o órgão a retirar os entraves que vem colocando à aquisição da vacina russa Sputnik V.
Maricá comprou 500 mil doses do imunizante, cuja eficácia em campo real é de 97,6%, já cumpriu todos os requisitos legais para efetivar a importação mas, segundo a prefeitura, a agência vem usando de subterfúgios para impedir o acesso dos maricaenses ao imunizante. A cidade registra, no boletim Covid-19 desta quarta-feira (21) mais oito óbitos.
Sendo momentaneamente interrompida, a vacinação será retomada assim que o município receber novas doses, seguindo o calendário já divulgado, com o adiamento das datas que serão atualizadas.
Desde o início da vacinação em Maricá, a imunização seguiu cada fase dos grupos prioritários à medida que recebia novas doses, assegurando, assim, a disponibilidade de imunizantes para a aplicação da 2ª dose.
Para garantir a vacinação 100% de cada grupo prioritário, o município efetuou o planejamento vinculado às doses recebidas, sem lançar mão do uso indevido da 2ª dose. Por isso, em momento algum a Prefeitura interrompeu a vacinação até o presente momento, conforme lembrou o governo municipal.
Ao final de março, o Ministério da Saúde antecipou a vacinação do grupo prioritário “Forças de Segurança” para a primeira fase de vacinação e atribuiu aos municípios a responsabilidade de imunizar 18% das forças de segurança municipais: Guarda Municipal e Defesa Civil Municipal. O MS também determinou a data de início da segunda fase da vacinação, que abrange as pessoas com comorbidades para a próxima segunda-feira (26).
Para cumprir esse cronograma seria necessário maior rapidez no envio do imunizante, o que não ocorreu. As remessas de vacinas durante o mês de abril até o momento não corresponderam às necessidades. Ou seja, o MS ampliou a vacinação nos municípios sem assegurar o principal, a vacina.
Por outro lado, um grave problema foi identificado em todos os municípios brasileiros: os frascos de vacina, principalmente os destinados à 2ª dose e que deveriam conter 10 doses, passaram a não vir com o volume suficiente. Até a última terça-feira (20), a Secretaria Municipal de Saúde de Maricá já contabilizava cerca de 1.670 doses perdidas, ultrapassando a previsão inicial de 5% de perdas aceitáveis.
Informada, a prefeitura de Maricá diz que "a Secretaria Estadual de Saúde, em vez de buscar sanar o problema, passou a informar que as perdas deveriam ficar em torno de 10%". Em torno de 38 mil doses foram aplicadas.
A finalização da 1ª fase da vacinação contra a Covid-19 - idosos e pessoas com deficiência institucionalizados, indígenas, profissionais de saúde da linha de frente, outros profissionais de saúde da rede pública e privada, idosos com 60 anos ou mais e a antecipação das forças de segurança - estava prevista para o próximo sábado (24), se o município recebesse as doses suficientes.
Sem a remessa de novos lotes e com o aproveitamento inferior de doses nos frascos recebidos, não será possível avançar para a 2ª fase em 26 de abril, como planejado, na criação de um calendário unificado para os municípios de Maricá, Rio de Janeiro, Niterói e Itaguaí. Caso as doses não cheguem imediatamente, essa etapa estará automaticamente adiada.
Boletim
Maricá registra, até esta quarta-feira (21), 12.718 casos confirmados e 310 óbitos por Covid. Os óbitos deste boletim são de cinco homens de 44 a 82 anos que moravam em Itaipuaçu, Inoã e Jacaroá; além de três mulheres de 52, 67 e 70 anos que residiam em Itapeba, Ponta Negra e Inoã. Estão curadas da doença 12.172 pessoas e há no momento 236 casos ativos, além de 10 óbitos em análise pela Secretaria de Estado de Saúde.
A taxa média semanal de ocupação de leitos para atendimento a pacientes com Covid-19, no período de 14 a 20 de abril compreendendo os hospitais Conde Modesto Leal e Dr. Ernesto Che Guevara, além da UPA de Inoã, foi de 52,17%, sendo 20,71% de pacientes de outros municípios. Na semana anterior a taxa de ocupação era de 65,03%, sendo 19,28% de pacientes de outros municípios.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!