Estátua de Marielle é inaugurada no Rio no dia de seu aniversário

Um dia de homenagem a Marielle Franco, vítima de um assassinato em 2018, dominou a Praça Mário Lago, no Centro do Rio, nesta quarta-feira (27), na mesma data em que a ex-vereadora do Rio completaria 43 anos. A principal atração ficou por conta da inauguração de sua estátua fincada no Buraco do Lume.

A estátua, construída pelo artista Edgar Duvivier, pai do humorista Gregório Duvivier, tem o tamanho real da ex-vereadora (1,75) e tem uma série de simbolismos. Ela ficará posicionada em cima do caixote em que Marielle costumava discursar nas sextas-feiras e prestar contas sobre sua atuação como vereadora.

O evento de inauguração aconteceu dois dias depois do Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha. A estátua foi construída com o punho cerrado e o braço esquerdo levantado, um gesto de luta que Marielle repetia em vida.

"Dia de memória, dia de Marielle! Hoje, 27 de julho de 2022, Mari faria 43 anos de vida. Esse dia sempre foi um dia de celebração para Marielle. Que a prática política da celebração da vida e do encontro que Marielle nos ensinou possa fazer com que celebremos as nossas, ainda em vida, e celebremos a nossa memória.Por isso, hoje, iremos celebrar a memória da Mari, de tudo e de todas e todos que ela defendia. Vamos homenagear quem dedicou a sua vida lutando pelos direitos de todas e todos!", disse o Instituto Marielle Franco pela rede social.

Segundo o Instituto, a Prefeitura do Rio disponibilizou guardas municipais para fazer a vigilância da estátua como forma de proteção contra o vandalismo. Também há câmeras de vigilância com o objetivo de identificar possíveis suspeitos de vandalizarem o monumento. 

O dia ainda contou com uma missa na Igreja Nossa Senhora do Parto, uma aula pública chamada "A memória é a semente para os novos futuros", e uma roda de rimas em homenagem a Marielle.

O crime

Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos na noite de 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi atingido por 13 disparos, feitos de um outro carro que os seguia desde a Lapa, onde a vereadora havia participado de um encontro político.

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos, quase um ano depois, em 12 de março de 2019, como executores do assassinato e continuam presos à espera de julgamento. Ambos negam participação nos crimes. 

Até agora, no entanto, as investigações não conseguiram identificar se houve um mandante, quem seria essa pessoa e quais seriam suas motivações.