Homenagem
Estátua de 11 metros de Marielle é inaugurada em espaço cultural
A escultura gigante está na entrada do Museu de Arte do Rio
Neste dia 14 de março, completam-se cinco anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. Reunindo forças com o objetivo de saber finalmente a motivação e os mandantes dos crimes, os amigos e familiares dos dois fizeram uma mobilização pedindo Justiça na manhã desta terça-feira, na Praça Mauá. É lá que está uma estátua da vereadora confeccionada pelo artista Paulo Nazareth. A obra foi instalada na entrada do Museu de Arte do Rio (MAR).
A mãe de Marielle, Marinete Silva, falou sobre a força que está tendo nesses anos após o crime contra sua filha. “São cinco anos de dores, de sofrimento, de espera, de perguntas sem respostas, meia década é muito tempo. Precisamos de uma resposta, de um desfecho desse caso. Vamos estar na rua, é resistência total hoje. Chorar, mas também ter muito orgulho de dizer que vamos estar sempre levando essa memória, justiça, regando essa semente e cada vez mais o legado da Marielle crescendo. Vamos estar sim hoje e todos os dias dizendo que Marielle está presente, Anderson presente e isso tem que ser solucionado”, afirmou a advogada.
Para a mãe de Marielle, a filha foi fundamental na política brasileira e isso se reflete até hoje. “O tamanho que a Marielle se tornou, uma gigante, com honras e méritos de um trabalho dela. O mundo hoje se volta a essa gigante. É fundamental que ela não só seja gigante para gente, mas gigante na memória, no legado, na carga de Marielle, na força que ela traz e tudo que ela fez de mudança. É fundamental que vamos para rua dizer que essa gigante transbordou e transcende hoje o Brasil e o mundo da maneira que ela fez. Com toda a história que teve, de uma mulher negra que muda a estrutura do parlamento patriarcal formado por homens brancos. Ela fez com que as pessoas tivessem uma visão do que é trabalhar realmente dentro da comunidade e levou isso muito além dos 56.502 votos que ela teve”, afirmou.
O pai de Marielle, Antônio Francisco, também falou sobre o poder de sua filha e toda a história que ela deixa, mas também ressaltou que o crime precisa de respostas e que ele tem esperança.
“O que fica da Marielle é essa presença não física dela, mas forte porque hoje faz cinco anos que fazemos a mesma pergunta. Não esperávamos que se passaria cinco anos e não teríamos essa resposta que estamos atrás desde o dia 14 de março de 2018, de saber o porquê e quem mandou matar Marielle. O que Marielle fez de tão grave que foi sentenciada a ser assassinada? Nós, até hoje, temos a pergunta, mas não temos resposta”, afirmou.
A mobilização no Centro do Rio contou com a participação também de membros do Instituto Marielle Franco e da Anistia Internacional. A estátua de Marielle denominada “Corte seco — Marielle" tem mais de 11 metros de altura e atrai a atenção de quem passa pelo local.
Até o momento, no caso Marielle, foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Elcio de Queiroz. Ronnie teria atirado na vereadora. Eles estão presos, mas ainda não foram julgados. A Delegacia de Homicídios do Rio segue investigando o caso.
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