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    Em SG consumidor busca preço baixo e perto de casa

    Publicado 22/04/2019 às 15:57 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Espaço mais perto de casa também é atrativo na hora da compra. Foto: Wallace Rosa

    Preocupados cada vez mais em economizar - em muitos casos, por motivos de desemprego e até mesmo de endividamento - muitos brasileiros têm mudado suas rotinas em busca de novas maneiras de redução de custos na hora da compra. Em São Gonçalo, por exemplo, consumidores, em busca de qualidade e preço baixo, têm aderido à tendência buscando alternativas no próprio município.

    De acordo com o professor de MBA em gestão financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Roberto Kanter, essa questão está atrelada ao ambiente econômico e a classe social de cada indivíduo.

    “A ideia do BBB (bom, bonito e barato) é bastante rara de se encontrar no dia a dia. Então, todos os consumidores fazem renúncias, abrem mão de alguns benefícios por outros. Normalmente, design, marca e qualidade, por dinheiro”, ressalta.

    Segundo mais recente relatório de Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com dívidas (em atraso ou não) no país atingiu 61,5% em fevereiro deste ano. A taxa é superior aos 60,1% de janeiro deste ano e aos 61,2% de fevereiro do ano passado.

    Além da cautela nos gastos, o consumidor também tem levado em consideração outros fatores como a mobilidade, que pode facilitar na hora da compra. Seguindo essa vertente o empreendimento São Gonçalo Praça Shopping, tem se conquistado mais clientes. Segundo a administração do empreendimento no centro da cidade, o espaço tem conquistado bons resultados, a partir de valores praticados, sem perder a característica de oferecer um bom serviço e produto de qualidade com preço acessível.

    De acordo com o administrador, Vinícius Pinheiro, de 35 anos, a facilidade de conseguir diferentes produtos em um mesmo espaço é o principal fator que leva os clientes até o centro comercial.

    Para Vinícius o cliente procura espaços que ofereçam tudo no mesmo local. Foto: Wallace Rosa

    “Aqui tem de tudo. O cliente entra e pode comprar roupas, calçados, acessórios, cortar ou tratar o cabelo e até lanchar. Tudo isso faz com que as pessoas se sintam muito mais atraídas ao entrarem para pesquisar e comprar alguma coisa dentro do mesmo espaço. O melhor de tudo é que elas acabam comprando”, destaca.

    Para a funcionária pública Andréa Nogueira Martins, de 49 anos, o centro comercial, no Centro, é uma ótima oportunidade para quem busca rapidez.

    “Eu trabalho aqui perto. Ou seja, quando eu quero fazer a minha unha, como é o caso de agora, eu sempre aproveito o horário de almoço para dar um pulinho aqui. Facilita bastante a minha vida”, completou.

    Abrindo o próprio negócio

    Empreendimento reúne serviços e produtos no mesmo espaço. Foto: Wallace Rosa

    O aumento no movimento também despertou o interesse de quem deseja empreender. Aos poucos, o estabelecimento ganha acomodações de novos inquilinos. No total, são 47 boxes espalhados pelo centro de compras. Atualmente o empreendimento conta com 26 compartimentos disponíveis.

    “Os microempreendedores presentes aqui no São Gonçalo Praça Shopping, que em sua grande maioria, estão começando agora no ramo, procuram oportunidades mais em conta, mas, que ainda assim, possam se acomodar de forma bacana. Esse espaço é a representação disso. Um bom exemplo, é de que neste período de abril o aluguel está custando R$ 400, fruto de uma promoção temporária”, finalizou.

    Cansados de assumirem responsabilidades impostas por empresas de terceiros, novos empreendedores têm buscado o seu próprio espaço no mercado - e isso vem dando certo.

    Conforme o professor de MBA em gestão financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Roberto Kanter, ainda que comum, essa não é uma decisão simples.

    “Abrir uma empresa, montar uma loja e estruturar um negócio leva tempo e exige capital. Uma minoria que fica desempregada ou cansada da relação patronal tem condições de fazer isso. Então, para aqueles que têm condições, recomendo franquias. Aos demais, ou irão buscar novos empregos ou serão donos de empresas menores, quase informais, tais como venda de cosméticos ou fabricação artesanal de comida”, finalizou.

    De início, a recomendação por parte dos recém-chegados ao ramo empresarial - sendo eles dos mais variados segmento, é de conhecer o público-alvo no qual será trabalhado.

    A partir da avaliação, o aval para se tornar o seu próprio patrão é garantido, após uma temporada de planejamentos - como é o caso do Gabriel Brum, de 26 anos, criador da marca Brum Óculos, existente há 4 anos. Atualmente, ele conta com a parceria de sua irmã, Paula Brum, de 24 anos, para administrar a empresa.

    “Sempre tive vontade de empreender, estava no sangue. A partir do momento em que eu cansei do meu trabalho formal, por não aguentar mais receber ordens de chefe; estar cansado realmente de produzir por horas e horas, sendo, muitas vezes, um trabalho exaustivo, optei por começar a planejar a minha própria empresa. Já tentei outras vezes, mas o empreendimento atual foi o único que obtive estabilidade”, pontuou.

    Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) constatou que, nos últimos três anos, os pequenos negócios no Brasil investiram na informatização e na utilização de novas ferramentas digitais, em especial nas redes sociais. Pelos dados, 72% utilizam o WhatsApp para se comunicar com clientes e 40% mantêm perfil no Facebook.

    A pesquisa avaliou como o setor está envolvido no processo de mudança para a era digital, confirmando o crescimento do grau de informatização das empresas de micro e pequeno porte.

    Microempresária aposta nas mídias digitais para atrair clientes. Foto: Wallace Rosa

    De acordo com a microempresária Dagma Paiva, de 38 anos, dona de um dos boxes no São Gonçalo Praça Shopping, as redes sociais são suas aliadas no processo de atração e permanência de novos clientes.

    “Posso dizer que cerca de 80% do retorno do meu salão é feito através das redes sociais. Pelo motivo de eu prestar serviço e já ter uma clientela fixa, não necessitando obrigatoriamente de um público de passagem, a internet me ajuda na troca de contato, de compartilhamento", pontuou.

    Frente às novas tendências e possibilidades de vendas, também está a Elisiane Perrote, de 29 anos. Tendo a inclusão como fator essencial da sua marca de peças íntimas, a empreendedora, que abriu o seu primeiro espaço físico, há 6 meses no shopping - devido a alta demanda pelas redes sociais, diz que permanece com ótimos resultados através da internet.

    “Eu já vendia as peças de maneira informal, de porta em porta. Só que com a proporção que o meu trabalho tomou, vi a necessidade de alugar um espaço físico. Permaneço com a minha marca nas redes sociais e através delas recebo pedidos de vários clientes que moram em vários locais, como Itaboraí, Maricá, Rio de Janeiro. Além disso, já realizei parcerias, através do Instagram, com artistas como a cantora Perlla e a atriz Antonia Fontenelle”, conclui.

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