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    Luta

    Educadores de Niterói protestam por aumento salarial

    Profissionais fazem paralisação de 24 horas

    Publicado 25/08/2022 às 12:43 | Atualizado em 25/08/2022 às 13:00 | Autor: Ana Carolina Moraes, Ezequiel Manhães
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    Servidores passaram por diversas ruas do Centro
    Servidores passaram por diversas ruas do Centro |  Foto: Karina Cruz

    Cerca de 400 educadores de Niterói fazem um manifesto pelas ruas do Centro da cidade, desde o final da manhã desta quinta-feira (25), implorando pelo reajuste de 28,9% nos salários dos servidores. A porcentagem diz respeito ao Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério Público da Educação Básica.

    Isso ocorre após o prefeito Axel Grael (PDT) propor uma quantia de apenas 8% — taxa que a categoria é contra. É que segundo os protestantes, não cobre nem as perdas inflacionárias da categoria desde 2012. 

    Com gritos como “Educação parou” e “Educação na rua, Grael a culpa é sua”, os profissionais da Educação também estão em uma greve de 24 horas. 

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    A gente está desde às 10h da manhã fazendo esse ato na frente da Fundação Municipal de Educação. Essa mesa de negociação com o Lincoln foi marcada depois do nosso primeiro ato na quarta passada
    Raphael Girão servidor
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    O ato desta quinta (25) visa a interromper o trânsito de Niterói, já que haveria uma Mesa de Negociação com o secretário de Educação de Niterói, Lincoln Araújo.

    Ele, no entanto, desmarcou a reunião na noite desta quarta (24), segundo os manifestantes, sem dar explicações.

    Segundo os profissionais, essa é a terceira vez que o caso acontece com o piso da categoria, que se sente desamparada. 

    “A gente está desde às 10h da manhã fazendo esse ato na frente da Fundação Municipal de Educação. Essa mesa de negociação com o Lincoln foi marcada depois do nosso primeiro ato na quarta passada. Estávamos achando que iríamos conversar com ele e mostrar nossas dificuldades, mas ele desmarcou ontem sem justificativa”, lamentou Raphael Girão, diretor-suplente do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) de Niterói.

    Reajuste proposto no final de julho foi de 8%, número que não agradou a categoria

     

    O município deveria fazer um reajuste de 28,9% nos salários da classe para alcançar o piso salarial dos professores. No entanto, a correção proposta no final de julho foi de apenas 8% e a categoria cita que a inflação vem aumentando. 

    “É como se nosso salário tivesse diminuindo porque não acompanha a inflação, mas as nossas contas continuam aumentando. Além disso, a prefeitura contratou recentemente 70 professores de apoio. A rede municipal tem 94 escolas e já temos déficit na quantidade de professores de apoio, precisamos de mais contratações, com esses contratados não conseguimos nem cobrir todas as 94 escolas do município", continuou.

    Para o servidor público Raphael Girão, a Prefeitura de Niterói fez uma proposta que desestrutura a classe. Ele também fala em déficit de cozinheiros e demais profissionais da rede.

    “O governo fez uma proposta para pagar o piso salarial de apenas um grupo da categoria, que seria os professores de nível médio. Ficamos sabendo disso pelas mídias. Mas isso desestrutura a classe e o nosso Plano de Carreira, que é unificado e está em vigor desde 2013. O plano ficou congelado ano passado, mas conseguimos descongelar com muita luta”, explicou.

    O professor Túlio (Psol), atual vereador de Niterói, esteve no ato desta quinta-feira (25). Ele propôs uma indicação legislativa, que foi assinada por outros 13 parlamentares. O documento solicitava ao Executivo que o pagamento do piso salarial nacional fosse respeitado. 

    No entanto, no último dia 12, a proposta foi arquivada pela Mesa Diretora da Câmara.

    “Eles sempre fazem isso com a gente por sermos da oposição. Tudo o que pedimos, eles arquivam. Já estamos acostumados e, por isso, vamos parar o trânsito de Niterói hoje, queremos ser ouvidos”, afirmou o vereador. 

    A greve dos professores municipais permanece durante todo o dia e pode até mesmo se prorrogar. Tudo depende da assembleia da Rede Municipal que vai ocorrer às 14h.

    “Enquanto não tivermos o piso salarial e não formos ouvidos, vamos para às ruas”, concluiu o professor Túlio. A Prefeitura de Niterói foi questionada, mas até o momento não enviou resposta sobre o caso. 

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