A Noite
Edifício A Noite, na Praça Mauá, é vendido e será moradia ou hotel
Prefeitura adquire imóvel para revendê-lo à iniciativa privada
O prefeito Eduardo Paes assinou, na manhã desta sexta-feira (31), o contrato que oficializou a compra do Edifício A Noite, na Praça Mauá, na Região Portuária do Rio. Não se sabe ainda, no entanto, se após vendido, o imóvel será transformado em um prédio residencial ou em hotel.
"A prefeitura está comprando e vai revender o edifício do jeito que está. Há construtoras que manifestaram interesses. Não sabemos se alguém vai desejar fazer comercial aqui até porque os incentivos existentes para fazer residencial são muito maiores do que para fazer comercial. Então é uma coisa de demanda misturada com os incentivos que a prefeitura dá. Nosso objetivo não é ganhar absolutamente nada, é disponibilizar para o mercado em condições favoráveis para permitir que quem comprar possa seguir a lógica do mercado que é ganhar dinheiro", disse Paes.
Segundo o prefeito, a compra do imóvel pela Prefeitura se deu porque o poder público tem uma flexibilidade maior que permite negociar com mais tranquilidade e parcelar pagamentos, para que o setor privado se interesse pelo imóvel.
"Entendemos isso aqui como um investimento para a cidade. Não iremos dar isenção de IPTU de virar residencial e nem isenção de ITBI", completou o prefeito.
A venda do arranha-céus foi autorizada em 2020 pelo Ministério da Economia. Depois de tentativas sem sucesso de leiloar o imóvel, ele passou a ser oferecido pela estratégia de venda direta. Dos três interessados, dois não pagaram o sinal exigido no edital, e o terceiro teve a negociação suspensa após a Prefeitura do Rio manifestar interesse na aquisição.
"Um imóvel desse porte não pode ficar sem uso. A sua recuperação vai ter um efeito multiplicador em todo Centro, que é alguma coisa que nessa cidade a gente vive. Temos uma região revitalizada e uma série de empreendimentos e interesses do povo carioca nesta cidade. A gente fica muito feliz com esse projeto do município", disse o superintendente do Patrimônio da União-RJ, Carlos Rodrigues.
Ainda de acordo com Carlos Rodrigues, o gasto mensal do governo federal com manutenção do imóvel girava em torno de R$ 100 mil.
No início do ano, o município apresentou ao Ministério da Gestão e da Inovação a proposta de compra por R$ 28,9 milhões. No pedido, a Prefeitura mencionou o interesse na recuperação da região portuária, além da implantação de políticas urbanas voltadas para o desenvolvimento econômico e social da cidade e a relevância histórica e cultural do imóvel.
Assim, na semana passada, a Secretaria de Gestão do Patrimônio da União confirmou que, apesar da negociação já em andamento com uma empresa, o município teria prioridade na compra do edifício.
O edifício A Noite, inaugurado em 1929 e tombado pelo Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é considerado o primeiro arranha-céus da América Latina. Ao longo do tempo, o imóvel abrigou instituições importantes, como o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), além de consulados e a Rádio Nacional.
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