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    EcoPonte não vai construir passarela prevista em contrato

    Publicado 03/05/2019 às 11:47 | Autor: Eduarda Hillebrandt
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    Pontos são utilizados como terminal para troca de ônibus. Foto: Plantão Enfoco

    O projeto de construção da passarela de pedestres que ligaria os pontos de ônibus da Ilha do Mocanguê na Ponte Rio-Niterói foi abandonado pela EcoPonte, segundo informou a concessionária que administra o trecho. Prevista no contrato de concessão, a passarela foi retirada dos planos após tratativas entre a concessionária e a Marinha do Brasil. Com isso, os milhares de usuários de coletivos que diariamente embarcam e desembarcam na Ilha do Mocanguê continuarão precisando atravessar mais de 13 km da Ponte, caso necessitem de um retorno.

    Com a implementação do Bilhete Único, os pontos de ônibus passaram a ser utilizados pelos passageiros como uma espécie de 'terminal'. Atualmente, segundo o Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), 82 linhas intermunicipais estão autorizadas a parar nos pontos de ônibus. A ilha abriga uma base naval da Marinha, que pode ser acessada pela ponte.

    Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que fiscaliza a concessão, a obra precisaria do aval da Marinha do Brasil para ser executada. Ainda de acordo com a agência, a alteração de uma obra prevista contratualmente pode impactar no pedágio. “Nesse caso específico, foi proposto o desconto de reequilíbrio na tarifa pela não execução”, informou a agência, que destacou ainda a possibilidade da revisão tarifária a partir do próximo reajuste.

    A medida não agradou passageiros que utilizam o ponto cotidianamente. A servidora pública Zenilce Ferreira reside no Centro de São Gonçalo e trabalha na região da Candelária, no Rio. Na ausência de linhas intermunicipais diretas, faz a integração no Mocanguê.

    "Se tem alguma emergência e precisa retornar, é preciso contornar pelo Rio, gastando mais tempo e passagem", afirma.

    Desde o início da concessão em 2015, os pontos receberam outra intervenção prevista no contrato: o número de faixas de rolamento foi ampliado de uma para duas, o que permite que até quatro ônibus parem para o embarque simultaneamente nos pontos. Na época, o Detro reduziu o número de linhas autorizadas a parar no ponto. “Atualmente temos um resultado muito satisfatório”, informou o departamento em nota.

    A Ecoponte, do grupo EcoRodovias, arrematou a concessão da Ponte em 2015, sucedendo a CCR. Há outras obras em andamento na via, como a alça de ligação com a Linha Vermelha, com previsão de conclusão para maio, de acordo com o relatório da ANTT. A concessionária não informou por quais motivos não tratou com a Marinha questões relativas a autorização para construção da passarela, antes de anunciar na concessão a realização da obra.

    A Marinha do Brasil foi procurada para esclarecer a decisão sobre a não autorização para construção da passarela, mas ainda não retornou.

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