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    Diminui o número de famílias endividadas no Rio

    Publicado 25/11/2019 às 11:25 | Autor: Plantão Enfoco
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    Em outubro, o percentual de famílias endividadas no Estado do Rio caiu 1,4%. Foto: Agência Brasil

    Em outubro, o percentual de famílias endividadas no Estado do Rio caiu 1,4% em comparação ao mês de setembro (63,1%), alcançando 61,7%. A queda do percentual de endividados na passagem de setembro para outubro, período que também registrou aumento da confiança dos consumidores, pode refletir o alívio no orçamento das famílias trazido pelos bons resultados observados no emprego formal.

    Em setembro, a cidade do Rio de Janeiro teve saldo positivo igual a 9.985, melhor resultado para o mês desde 2012. O levantamento é do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

    A queda da proporção de endividados, no entanto, ocorreu de forma heterogênea ao longo da dimensão da renda. A redução foi puxada pela diminuição do endividamento entre as famílias que ganham até 10 salários mínimos, cuja variação na passagem de setembro para outubro foi igual a 2,2% (67,4% para 65,2%).

    A proporção de endividados entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos, sempre menor em nível do que a proporção entre as famílias que ganham menos de 10 salários, saltou de 46,5% para 48,2%. O resultado pode sugerir que a recuperação do mercado de trabalho beneficia primeiro os trabalhadores mais pobres por serem mão de obra mais barata.

    A dívida no cartão de crédito, que historicamente é a mais contraída entre as famílias, foi citada em outubro deste ano por 75,4% dos endividados, muito acima da segunda modalidade de dívida mais citada, os carnês (15,3%).

    Em parte, isto se deve a facilidade com que o crédito rotativo é contratado. Segundo o Banco Central, o crédito rotativo é uma modalidade de crédito para financiamento da fatura de cartão concedido automaticamente quando há pagamento inferior ao valor total da fatura, mas superior ao mínimo mensal convencionado. A facilidade, no entanto, vem acompanhada de um alto preço.

    Em setembro, último dado disponível, o juro anual cobrado sobre o cartão de crédito rotativo foi aproximadamente igual a 307%. Desta forma, o consumidor que necessitou de R$ 1000,00 para fechar a fatura do seu cartão em um determinado mês deverá pagar, ao longo do ano, R$ 4.070,00 para quitar sua dívida (juros + principal).

    O prazo máximo de utilização do crédito rotativo é de 30 dias. Habitualmente, as famílias que não têm recursos para pagar o crédito rotativo utilizado farão uso de outra modalidade de crédito conhecida como "crédito parcelado" para pagá-lo. Essa modalidade, cujas parcelas são cobradas também na fatura no cartão, é mais barata. Em setembro, a taxa média cobrada ao ano por esse tipo de crédito foi de aproximadamente 178%.

    O cheque especial, que disputa com o crédito rotativo o pódio de crédito mais caro do mercado, foi citado por 9,7% das famílias endividadas e custou por ano ao consumidor 307%.

    O comprometimento da renda com o pagamento da dívida caiu marginalmente em outubro, frente ao mês anterior, e registrou 27,4% (frente 28,1% em setembro). A queda pode refletir dois movimentos observados no mercado de crédito. Em primeiro lugar, a ampliação do prazo médio de pagamento do crédito contratado: o aumento do número de parcelas diminui o peso da dívida no orçamento das famílias. Em segundo lugar, a queda recente da taxa de juros cobrada ao consumidor final também pode ter trazido um alívio no pagamento da dívida. 

    Os três cortes na taxa básica de juros realizados no final de julho, setembro e outubro somados à liberação dos recursos do FGTS, disponíveis para clientes que não são da Caixa Econômica Federal a partir da segunda quinzena de outubro, deverão atuar para reduzir ainda mais a proporção da renda direcionada para o pagamento das dívidas. O corte da taxa básica atuará para reduzir as taxas de juros que incidem sobre o crédito livre para a pessoa física, o que reduzirá a quantidade de recursos hoje canalizados para o pagamento de dívida.

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