Dia Mundial sem Tabaco: Niterói e SG têm tratamentos gratuitos

O vício em tabaco interfere na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo e causa, anualmente, 8 milhões de mortes, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por conta disso, a agência criou, em 1987, o "Dia Mundial sem Tabaco", comemorado nesta sexta-feira (31). É possível, no entanto, largar o vício com tratamentos gratuitos na rede pública de saúde. Recentemente, o apresentador André Marques, de 44 anos, contou sua rotina após deixar de fumar. 

"Fumava três a quatro maços de cigarro por dia, acreditem se quiser ou não. É muito difícil, mas eu estou conseguindo. Eu engordei uns quatro ou cinco quilos. Estou mais ansioso do que já sou, mas que essa mensagem chegue em mais pessoas que assim como eu fumava e não acreditava que dava para parar. Porque tem a dependência química, psicológica. Mas é possível parar de fumar", contou André Marques.

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Apesar da dificuldade de largar o vício ainda no início, o apresentador contou que se sente mais aliviado sabendo que está melhorando sua saúde. Ele aproveitou também para mandar uma mensagem de incentivo para aqueles que estão diariamente na luta contra o tabaco.

Na caminhada da vida temos vários degraus. Você tropeça, você escorrega. Eu já escorreguei algumas vezes nos degraus da vida. Só que ninguém pode lutar por você. Só você por você mesmo. É você contra você mesmo. Boa sorte!"

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Foco nos menores de idade

Entre os usuários, infelizmente, também há menores de idade. O tabaco é um dos maiores causadores para o desenvolvimento de doenças crônicas, como o câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e diabetes. Com isso, o tema deste ano da campanha é "Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco", que busca evitar a expansão do fumo para faixas etárias menores.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a nicotina, encontrada em todos os produtos derivados do tabaco, é classificada como uma droga por possuir substância psicoativa. Isso significa que, quando inalada, ela causa mudanças no sistema nervoso central, influenciando o estado emocional e comportamental do usuário. Essas alterações podem levar ao abuso e à dependência.

Apesar de proibido no Brasil após decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no último mês, o cigarro eletrônico também é muito consumido entre jovens nos últimos anos. O "boom" do uso deste dispositivo começou em 2019, que segundo dados da última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 16,8% dos escolares entre 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico, sendo 13,6% nos de 13 a 15 anos e 22,7% nos de 16 e 17 anos.

Com uma ideia mais moderna, este dispositivo chama a atenção dos jovens. No entanto, o prejuízo a saúde é o mesmo. Isso porque os cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido possuem quantidades variáveis de nicotina e outras substâncias tóxicas, tornando suas emissões prejudiciais tanto para quem faz o uso direto.

O uso desta substância pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, impactando no aprendizado e na saúde mental.

Tratamento gratuito na rede pública

Algumas cidades, como São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana do Rio, têm tratamentos gratuitos em unidades de saúde que oferecem ajuda na luta contra o vício em tabaco.

Em São Gonçalo, o tratamento conta com encontro semanal durante quatro semanas e tem acompanhamento por um ano. Para iniciar, não há fila de espera, e o tratamento pode ser em grupo ou individual.

Qualquer pessoa usuária de qualquer forma de tabaco, incluindo os adolescentes, pode fazer o tratamento em qualquer unidade. Não há requisitos, basta querer parar de fumar e procurar uma unidade capacitada.

As reuniões buscam identificar as situações críticas para os tabagistas e traçar estratégias para evitar o consumo da substância. O paciente é ativo no processo exercendo o automonitoramento, possibilitado através das informações sobre temas como abstinência, ganho de peso, benefícios e recaída.

“Neste mês, realizamos as capacitações de 51 enfermeiros para o atendimento aos tabagistas, incluindo os profissionais do Núcleo dos Ostomizados, que recebeu a primeira capacitação prática do município feita pelo Programa do Tabagismo. A unidade possui um olhar mais humanizado no atendimento aos ostomizados e teve a equipe multidisciplinar – nutricionista, assistente social, psicólogo e enfermeiros – capacitada para ofertar o tratamento aos pacientes atendidos no local”, disse a coordenadora do programa, Raquel de Oliveira Dias.

Já em Niterói, quem deseja parar de fumar conta com o apoio do Programa de Controle de Tabagismo, da Secretaria Municipal de Saúde, com tratamentos integrais e gratuitos para todos os usuários fumantes. O atendimento inclui uma consulta inicial individual, a abordagem cognitivo-comportamental, e o tratamento farmacológico de apoio.

As unidades que possuem tratamentos são: Policlínicas de Itaipu, Carlos Antônio da Silva, Fonseca, Largo da Batalha, Sérgio Arouca, Engenhoca e Barreto, Unidade Básica da Engenhoca, Hospital Universitário Antônio Pedro e Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras.