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    Dia das Crianças: inflação derruba expectativa de vendas

    Publicado 07/10/2021 às 14:51 | Atualizado em 08/10/2021 às 11:00 | Autor: Ana Fernanda
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    Imagem ilustrativa da imagem Dia das Crianças: inflação derruba expectativa de vendas
    |  Foto: Foto : Marcelo Tavares
    O movimento ainda não alcançou o patamar de antes da pandemia. Foto: Marcelo Tavares

    A expectativa de vendas para o Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, é 7,3% maior que em 2020, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói, Luiz Vieira. Ele conta que, apesar da data ainda não atingir o patamar de antes da pandemia, o discreto aumento pode ser um fôlego para comerciantes, apesar do pessimismo no setor.

    "Com a maior parte da população vacinada a retomada às compras com certeza irá acontecer. O Dia das Crianças será como um termômetro. Se esta data surpreender, significa que estamos aquecendo para o final do ano"

    Luiz Vieira, presidente da CDL

    Apesar do feriado ser atrativo para o comércio, empresários ainda se mostram pessimistas com o fraco movimento nas vendas. O gerente de vendas Carlos Magno, que trabalha em uma loja de brinquedos na Rua São João, no Centro de Niterói, afirma que, apesar de em 2020 o movimento ter sido muito fraco, ainda não é possível visualizar grandes melhorias para a data esse ano.

    "Eu trabalho há 12 anos aqui. Ano passado, devido às restrições, foi muito ruim. Ainda está muito fraco. Estou na esperança de melhorar na próxima semana, porque as pessoas costumam comprar mais em cima da hora"

    Já a gerente de uma loja de roupas e produtos de uso infantil, Liane Martins, há oito anos trabalhando no setor, alerta para o baixo fluxo de pessoas nas ruas.

    "Agora as pessoas já vão destinadas à comprar determinado produto. Elas compram e vão embora, parece que não tem mais fluxo de pessoas na rua como antes e por isso nossas vendas estão estagnadas"

    Um outro ponto levantado pela gerente de vendas foi o aumento de vendas online: "Os sites são nossos principais concorrentes, porque agora com essa facilidade de compra online, de receber o produto em casa fica mais difícil para nós, que trabalhamos em loja de rua", finalizou.

    Maricá

    Loja de Brinquedos em Maricá
    Lojistas têm esperança de melhora nas vendas. Foto: Marcelo Tavares

    Assim como em Niterói, a expectativa de vendas também é discreta entre lojistas de Maricá. Comerciantes de lojas infantis desabafam sobre a fraca movimentação em setembro e a necessidade de melhora nas vendas.

    “A gente tem uma projeção de melhora, né?! Espero que nessa primeira semana de outubro a gente consiga vender melhor. Às vezes as pessoas entraram pra comprar um brinquedo e acabam levando outro item de informática, é uma forma de agregar as vendas”, informou Guilherme da Conceição, de 28 anos, responsável por uma loja de brinquedos e informática, no Centro de Maricá.

    A vendedora Nayara Costa, 34 anos, reforçou a fala de Luiz ao revelar quais têm sido os brinquedos mais procurados pelas crianças.

    “Até que estamos conseguindo vender, principalmente brinquedos como pop it, bonecas cry baby e carrinhos”, contou.

    De acordo com a Câmara de Lojistas de Maricá (CDL), após uma pesquisa com 18 comerciantes na cidade do segmento infantil os comerciantes possuem uma expectativa de 56% de melhora em relação a 2020. Dentro dessa informação os empresários estão confiantes que as vendas serão maiores  que em 2020 mas nada exorbitante.  Será possível alcançar o patamar de vendas sim, mas dentro da realidade do cenário atual que estamos vivendo no país.  Apesar disso, 22% dos comerciantes ainda acreditam que as vendas serão iguais ou  menos que em 2020.

    São Gonçalo

    Comércio teve queda no movimento. Foto: Marcelo Tavares

    A vendedora de roupas infantis, Anny Ferreira, 31 anos, afirmou que a situação da loja, no Centro de São Gonçalo, é preocupante.

    "A partir de semana que vem espero que melhore um pouco. Acredito que ainda esteja fraco por conta da pandemia, não acredito que tenha só a ver com compras online, porque muita gente ainda gosta de ver o produto na mão"

    Além da pandemia, o aumento no desemprego também pode estar entre os fatores para o fraco desempenho nas vendas, conforme explica o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

    "A queda no comércio tem a ver com a própria situação da economia. A pandemia aumentou a taxa de desemprego, tanto formal, quanto informal. Em 2020, por exemplo, ocorreu o fechamento de muitas empresas devido ao lockdown e isso desempregou ainda mais gente. É natural que no período de aumento na inflação conjugado ao aumento do desemprego resulte na fuga do consumo. As pessoas estão comprando apenas o mais essencial"

    André Braz, economista da FGV

    Em relação a expectativa de melhora, André acredita que a estabilização da inflação seja um dos caminhos.

    "Isso só deve se recuperar com estabilização da inflação e a retomada do investimento da própria atividade econômica. Dessa maneira, quem sabe, a gente consiga ter datas festivas com o comércio mais aquecido. Pois sem isso fica difícil".

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