Devoção e fé a São Jorge reúne multidão na Igreja de Quintino

Milhares de devotos celebraram desde a madrugada deste domingo (23) o Santo Guerreiro, na Igreja Matriz São Jorge, em Quintino Bocaiúva, na Zona Norte do Rio. O templo religioso estava lotada de pessoas com o coração cheio de gratidão pelas bênçãos que o padroeiro trás à vida de todos. 

O Arcebispo Orani Tempesta foi o responsável por realizar a missa das 10h30, o religioso durantes as orações clamou à Deus para trazer mais paz ao Brasil. 

Como São Jorge é o padroeiro do Rio de Janeiro, a festa foi marcada por muita alegria e benções, inclusice alguns fiéis decidiram comprar imagens do Santo para fazer seu próprio altar em casa, como foi o caso do Paulo Vitor Souza, de 35 anos, que já estava há alguns anos procurando a imagem certa e encotrou neste domingo (23).

“Eu sou devoto há oito anos e junto com meus familiares eu queria comprar uma imagem, procuramos em alguns lugares, mas eu decidi comprar aqui na igreja mesmo para trazer a bênção. Vamos fazer um altar com luz e tudo direitinho. A intenção é agradecer, porque tudo que eu consegui hoje foi graças a São Jorge: minha família, saúde, meu emprego", detalhou. 

Mas para quem pensa que na Igreja Matriz de São Jorge só frequenta os católicos estão enganados, pois centenas de pessoas de religiões de matrizes africanas também marcaram presença na celebração. O motorista Firmino Gurgel, de 55 anos, falou que tem mais de 10 imagens em casa e sempre pediu pra Ogum a proteção, com essa promessa todo ano comprar uma nova imagem. 

Também há umbandistas que além de pedir proteção, também pediram a Ogum a benção da maternidade, como contou Lucimara da Conceição Silva, de 52 anos. 

“Sou devota desde o ventre da minha mãe mãe, mas consagrei ainda mais minha fé porque meu sonho era ser mãe e eu perdi quatro bebês em gravidez de riscos, aí eu pedi muito a Ogum para me tornar uma mãe e ele me concedeu essa graça, sempre que eu vejo eu agradecendo por tudo, principalmente por esse milagre. Meu filho hoje em dia tem 19 anos e todos os anos eu venho agradecer e pedir também pra que Ele(São Jorge) abençoe a caminhada do meu filho, eu sou uma mulher de muita fé”, detalhou 

Já a enfermeira Marília Pereira Bernardes, de 66 anos, que é católica devota do santo guerreiro há mais de 50 anos, decidiu na mahã deste domingo (23) agradecer pela vida de seu filho.  

Ele trouxe a vida do meu filho, quando ele tinha 15 anos queria entrar para o crime, eu orei, acalmei e consegui a glória, hoje em dia ele é motoqueiro e está com 45 anos. Eu venho todos os anos agradecer pela vida e proteção do meu filho e de toda minha família

A festa na Igreja Matriz São Jorge, em Quintino Bocaiúva esse ano foram apenas três dias, mas nos anos anteriores à pandemia, era em torno de uma semana a celebração. Jorge Ubirajara, de 59 anos, que faz parte do Ministério da benção nas festas de São Jorge, detalhou ao ENFOCO que  todo ano trabalha na comemoração, pois como seu pai que lhe fez devoto, pra ele isso foi algo muito positivo e é dessa forma que ele agradece. 

“Meu pai me fez devoto e eu agradeço por isso, por conta disso também que gosto de me envolver com os ministérios da igreja. Ele fez uma promessa para São Jorge e com isso colocou meu nome de Jorge. Eu peço fé e fidelidade a Deus por toda minha vida. Eu tento pelo menos copiar a fé de um santo tão bom quanto ele", explicou. 

O Ministro contou que já viu muita gente dormir na porta da igreja esperando a Missa da Alvorada que acontece às 5h. Como foi o caso de Mônica Martins, de 54 anos, que todos os anos monta uma barraca para vender artefatos do Santo Guerreiro. A ambulante revelou que estava lá desde às 1h30 da madrugada de sábado para domingo e iria ficar até o final da última missa que acontece às 20h40 da noite deste domingo (23). 

“Eu gosto de vir porque além de trabalhar, eu sou muito devota a São Jorge, eu tenho uma imagem na minha casa. Eu já pedi por três anos uma casa e Ele trouxe pra mim a minha casa”, contou Mônica. 

Ainda neste domingo (23) acontece às 16h a Procissão com os fiéis que dará a volta no quarteirão da Igreja. Em seguida, às 19h terá uma peça fazendo alusão a violência que o Rio de Janeiro vem enfrentando, a intenção é mostrar que com a coragem de São Jorge dá pra combater esses dragões do mal que assola o mundo. Por fim, às 20h40 será a última missa.