Censo 2022
Destino Maricá: cidade no topo das que mais receberam habitantes
Município teve aumento de mais de 50% em um período de 12 anos
O município de Maricá está entre os 10 municípios do país que mais receberam pessoas de outros municípios. Os dados são do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento no município foi de 127,4 mil para 197,3 mil habitantes, uma diferença de 69,8 mil pessoas, ou 54,8% entre 2010 e 2022. A cidade agora é a 9ª que mais aumentou sua população comparadas com municípios com mais de 100 mil habitantes do Brasil.
Rio das Ostras, na Região dos Lagos, também figura nessa lista de cidades. Com um aumento de 48,1% em sua população nos últimos 12 anos, Rio das Ostras é a 12ª cidade que mais viu seu número de habitantes crescer em todo o país. O município passou de 105.676 habitantes em 2010 para 156.491 em 2022.
O estado do Rio chegou a 16.054.524 habitantes. O aumento, de mais de 64.595 pessoas, representa 0,40%, desde o censo anterior, de 2010 (15.989.929).
No entanto, a capital, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional de cidades mais populosas, sofreu uma redução de 109.023 habitantes. O município passou de 6.320.446 pessoas em 2010 para 6.211.423 em 2022, representando uma diminuição de 1,7%.
A Prefeitura de Maricá disse que já esperava o resultado de aumento da população.
"A Prefeitura de Maricá avalia os resultados com a serenidade de um município que percebe e verifica, ano após anos, o aumento populacional por meio do número de matriculados nas escolas, atendimentos médicos, moradores se cadastrando em cursos e postos de saúde, profissionais autônomos que abriram o MEI na cidade e números de empregabilidade. Maricá vem se superando e se tornando uma cidade que gera empregos, forma profissionais, auxilia os microempreendedores e a nova geração", disse o governo municipal em nota que destacou ainda as políticas públicas implantadas.
"O município vem se preparando desde a pandemia da Covid-19, quando abriu o hospital Ernesto Che Guevara, e também se tornou destaque criando uma rede de proteção, com o programa de crédito Fomenta Maricá e o de Amparo ao Trabalhador, além das políticas públicas já consolidadas e que são referência, como o programa de Renda Básica de Cidadania, com transferência de renda por meio da moeda social Mumbuca; os ônibus vermelhinhos com Tarifa Zero; o Passaporte Universitário, com concessão de bolsas integrais e gratuitas em universidades privadas e muitos outros benefícios", completou a nota.
São Gonçalo e Niterói caem
São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, foi a cidade com mais de 100 mil habitantes que registrou a maior perda populacional, diminuindo de 999.728 para 896.744 entre 2010 e 2022, totalizando a perda de 102.984 habitantes.
O cenário na vizinha Niterói também foi de queda. Os dados mostraram que a Cidade Sorrido recuou -1,19%, ficando com 481,7 mil habitantes. Antes, a cidade tinha aproximadamente 487,2 mil moradores.
Duque de Caxias, a terceira maior cidade do estado, localizada na Baixada Fluminense, também apresentou uma queda populacional nos últimos 12 anos. A população do município diminuiu de 855 mil para 808,1 mil, representando uma variação negativa de 5,5%.
A Prefeitura de Niterói informou, através de nota, que "está aguardando a disponibilização dos microdados do Censo Demográfico 2022 por parte do IBGE para tecer análises mais aprofundadas a respeito dos dados sobre a cidade".
Cidades que tiveram maior queda
- São Gonçalo: -10,3%
-Nilópolis: -6,8%
- Petrópolis: -5,8%
- Duque de Caxias: -5,5%
- Barra Mansa: -4,5%
- São João de Meriti: -3,9%
- Niterói: - 1,19%
Na Região Serrana, a cidade que mais perdeu habitantes foi Petrópolis, com uma redução de 5,8% em sua população, passando de 295,9 mil para 278,8 mil.
Domicílios
O número de moradores por domicílio no estado do Rio diminuiu. Em 2010, a média era de 3,04 pessoas por domicílio, enquanto em 2022, essa média caiu para 2,60.
Os domicílios particulares permanentes vagos cresceram 87% e atingiram 11,4 milhões. Já os de uso ocasional, em 12 anos, aumentaram 70%, chegando a 6,7 milhões. Desde 2010, os domicílios particulares permanentes ocupados aumentaram 26% e os não ocupados, 80%.
Brasil
O Censo 2022 mostra que a população do Brasil atingiu 203.062.512 pessoas, com aumento de 12,3 milhões desde a última coleta, feita para o Censo 2010. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença, de 6,5%, significa que o crescimento médio da população nos últimos anos foi de 0,52%, o menor registrado no país desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo do país.
Os dados têm como data de referência o dia 31 de julho de 2022 e fazem parte dos primeiros resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022. Segundo o IBGE, eles “apresentam um conjunto de informações básicas sobre os totais populacionais de domicílios no país em diferentes níveis geográficos e diferentes recortes, além de diversos indicadores derivados dessas informações, como a média de moradores por domicílio, a densidade demográfica e a taxa de crescimento anual da população”.
Regiões
Com 84,8 milhões de habitantes, a Região Sudeste se manteve como a mais populosa. O total de habitantes equivale a 41,8% da população do país. Na sequência estão o Nordeste (26,9%), Sul (14,7%) e o Norte (8,5%). A região menos populosa é a Centro-Oeste, com 16,3 milhões de habitantes ou 8,02% da população do país.
Se levar em conta a comparação dos censos demográficos de 2010 e 2022, o crescimento anual da população não ocorreu de maneira uniforme entre as grandes regiões. Embora seja menos populoso, o Centro-Oeste registrou maior crescimento, resultando em taxa média de 1,2% ao ano nos últimos 12 anos.
Na composição da taxa de crescimento anual, por região, observamos que o Norte, que mais crescia entre o Censo 1991 e 2000 e entre 2000 e 2010, perde o posto para o Centro-Oeste que, nesta década, ao longo dos últimos 12 anos, registrou crescimento de 23% ao ano”, disse o gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte, em entrevista para apresentação dos resultados.
Os menores crescimentos populacionais ficaram com o Nordeste e o Sudeste. A taxa é menor que a média do Brasil, de 0,52% ao ano. “Seguindo a tendência histórica de redução de crescimento da população total, as taxas calculadas para as cinco grandes regiões são mais baixas que aquelas estimadas para os dois períodos intercensitários anteriores”, observou o IBGE.
O sociólogo Rafael Mello, de 45 anos, acredita que os resultados surpreeenderam e é preciso estudar os dados com mais detalhes.
"Acho tivemos o Censo que foi possível, diante da conjuntura colocada, e devemos aproveitar os dados, fazendo ajustes que as demandas populacionais e a vontade política permitirem, para o fomento de políticas públicas que visem melhora na vida das pessoas e uma justiça social real no país", declarou.
Com Agência Brasil
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