Lula ou Bolsonaro?
Data toalha: a pesquisa eleitoral que ganhou espaço entre cariocas
Brincadeira movimenta o comércio
O comportamento do carioca diante da aproximação das eleições de 2022 trouxe uma novidade para as ruas. Nos tradicionais camelôs da Uruguaiana, no Centro do Rio, uma pesquisa eleitoral chamada de 'Data Toalha' divide opiniões e movimenta o comércio.
De um lado, toalhas de banho estampadas com a foto do ex-presidente da República Lula (PT). Do outro, a imagem do atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL). O ambulante Lucas Bandeira e uma amiga decidiram entrar no clima eleitoral e contabilizar quantas de cada toalha eram vendidas fazendo a brincadeira com o Datafolha.
"Foi uma brincadeira, uma colega começou com a curiosidade de querer saber quem é que estava vendendo mais: Lula ou Bolsonaro. Muita gente também passava aqui me perturbando, perguntando: 'quem que vende mais?'. Para evitar esse tipo de pergunta, a gente fez a brincadeira do Data Toalha", explicou o vendedor.
A iniciativa se espalhou pelos ambulantes no entorno. De repente, os rostos dos atuais candidatos e maiores rivais no cenário político deste ano ganharam o corredor da Uruguaiana, tomada pelas cores vermelha, verde e amarela. O Wallace Santana entrou na onda e começou a abastecer o seu espaço de vendas com os itens.
"É uma disputa sadia e boa. Dá muito lucro, eu tiro de R$ 200 a 400 por dia. Lula está saindo na frente, se destacou, já a do Bolsonaro demora a sair bastante", contou.
Comportamento
Para o cientista político Guilherme Carvalhido, esse comportamento, principalmente no período eleitoral, é comum entre as pessoas. Ele acrescentou que o sentimento de competição, muitas vezes, é aproveitado pelo comércio.
"Isso significa que os grupos sociais apresentam seus argumentos para que suas posições e opiniões prevaleçam. Não há nenhuma anormalidade nisso, pelo contrário, mostra a lógica política dentro de uma democracia que está funcionando. Dessa forma, o comércio busca lucrar com produtos que mostram esse momento de forte disputa", explicou.
Segundo Carvalhido, com um cenário mais moderno a disputa "tornou-se muito mais rápida e com efeitos sentidos mais amplos". Ele ressalta que os eleitores não devem se basear nestas pesquisas, devido ao fato de não existir nenhum critério científico nela.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!