Perigo
Cratera exposta causa acidentes e prejuízos a moradores de Niterói
Criança se acidentou e precisou levar 30 pontos na perna
Pisando em buracos. É desse jeito que os moradores do bairro Santa Rosa, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, estão tendo que se virar há quase um ano. Segundo relatos, uma obra inacabada da prefeitura da cidade, para pavimentação e tubulação de água potável, vem gerando prejuízos tanto financeiros, quanto de mobilidade e saúde para quem vive na Travessa José Gomes Cruz.
O aposentado Eduardo Rocha, de 63 anos, mora na rua há quatro décadas. Segundo relatado, a obra teve início em novembro do ano passado. O intuito, conforme o morador, era oferecer uma nova rede de drenagem. Mas o que parecia ser um bom planejamento, diz ele, não teve uma execução elaborada.
"Cada dia isso está afundando mais, daqui uns dias não vou poder nem sair com meu carro, eu já bati com o fundo do veículo, já amassei parte do meu carro, e a rua está toda assim, uma vergonha. Está desde novembro do ano passado", expressou indignado. Veja imagens abaixo:
A situação consegue piorar mais ainda nos dias em que cai água. De acordo com os moradores, o buraco começa a transbordar e a profundidade aumenta.
"A gente fica desesperado, inunda. Por isso abriu essa vala. Além disso, ainda tem um esgoto a céu aberto, que eles abriram e não fecharam. Pensam que não somos ninguém, só porque moramos perto de comunidade, se fosse em Icaraí, São Francisco ou no Ingá, duvido que ia ficar assim. Aqui é largado", continuou Eduardo.
A técnica de enfermagem Karina Pereira Vicente, de 37 anos, mora no bairro com o marido e dois filhos, um de 10 e outro de 20 anos. O mais velho é cadeirante e, segundo a mulher, todas as vezes que a família precisa sair de casa com ele, passa por enormes dificuldades e transtornos.
"Meu filho tem mais ou menos 1,70m de altura, ele não tem firmeza na cadeira de rodas, para ele conseguir sair tem que ser com cinto, ele não controla o tronco. Passar com ele aqui na rua, devido a lama fofa, os canos expostos, tábuas e buracos, está sendo muito difícil, a cadeira dele atola", explicou a técnica em enfermagem.
Em uma das saídas para levar o filho até a fisioterapia, Karina contou que precisou, junto do marido, carregar o menino até o carro, no colo. Além disso, ela também acrescenta que o fato dos responsáveis deixarem tantos buracos expostos priva o direito do menino de ir e vir.
"Eles poderiam fazer a obra e, antes de terminar, colocar a terra de volta só que de uma maneira que não atrapalhe o ir e vir dos moradores, porque o ir e vir é direito de todos e, infelizmente, isso está me privando de sair com meu filho", disse inconformada.
Acidente
A técnica em enfermagem também relatou um episódio em que seu filho mais novo levou 30 pontos após cortar a perna. O acidente aconteceu próximo a uma armação de madeira, onde ocorre a produção de uma escada. É que segundo a moradora, os operários da obra teriam deixado pregos e vergalhões expostos.
Responsável
Procurada para esclarecer a finalidade da obra, a Empresa Municipal de Moradia, Urbanismo e Saneamento de Niterói (Emusa) informou que o consórcio responsável pelas obras de urbanização na comunidade do Viradouro e Morro da União está implantando a nova rede de drenagem da travessa.
A Emusa disse que após esta etapa, a Concessionária Águas de Niterói fará a instalação e ligação dos ramais de coleta de esgoto de cada residência. Eles acrescentaram que a obra de urbanização da Viradouro tem previsão de conclusão para o segundo semestre deste ano.
"Os moradores do bairro podem tirar dúvidas sobre a obra no Plantão Técnico Social, que funciona de terça, quinta e sexta, das 9h às 17h, no canteiro de obras", informa.
Já a Águas de Niterói disse que não é responsável pela obra, e que a concessionária apenas presta apoio nas intervenções realizadas nos trechos que afetam os seus serviços.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!