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    Centro LGBTI de SG celebra bons frutos em um ano de existência

    Publicado 05/07/2019 às 17:21 | Autor: Plantão Enfoco
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    Pelo menos 600 pessoas já foram atendidas no Centro em um ano. (Foto: Divulgação - Prefeitura de SG)

    O respeito à diversidade como política pública. É assim há um ano, desde que junto aos movimentos sociais a Secretaria de Desenvolvimento Social abriu o primeiro Centro de Referência e Cidadania LGBTI em São Gonçalo.

    Celebrando os mais de 600 atendimentos, não só em casos de lgbtifobia, mas no auxílio à mudança do nome social, geração de emprego e renda e implementação de grupo terapêutico, o Centro reuniu no auditório da Faculdade de Formação de Professores (UERJ-FFP), na noite desta quinta-feira (4), muitos dos que fazem parte de sua história. 

    "Quero iniciar agradecendo aos movimentos sociais. Eu aprendi tanto com todos em um ano. Vivi quase a minha vida toda 'dentro do armário', e poder hoje como resposta à sociedade colocar não só a minha profissão mas o meu corpo e a minha orientação à serviço da população LGBTI é uma realização. Estamos construindo uma linda história, com uma gestão parceira e que caminha junto da gente. O centro é um direito, e é por direitos que nós vamos continuar lutando e existindo!", afirmou o psicólogo e coordenador do espaço, Júnior Braga. 

    No atendimento especializado no Mutondo, a população LGBTI tem acesso a alteração do nome social, junto ao Comitê de subregistro; assessoria jurídica nos casos de violação de direitos e acompanhamento psicológico. 

    Apenas neste ano, a unidade acompanhou cinco casos de lgbtifobia. Nestes casos o técnico recebe a vítima e familiares, realizando o atendimento inicial, acompanhamento na delegacia para efetuar o registro de ocorrência (caso a vítima ainda não tenha feito) e depois a pessoa é inserida nos serviços ofertados pelo Centro, inclusive no grupo terapêutico para o apoio psicológico em parceria com o Gsex. 

    "Estamos buscando a cidadania e seus direitos. Nenhum direito foi dado de mão beijada, sabemos que são feitos de muita luta, esforço e vidas sacrificadas. Nenhuma política será implementada se não for provocada. Queremos uma são Gonçalo que contemple a diversidade e ficamos muito felizes em ver que o Centro LGBTI não foi só uma promessa, ele se tornou verdade e tem cumprido seu papel. O que desejamos é nenhum direito a menos pra nós!", disse o presidente da Associação gonçalense LGBTI+. 

    Em janeiro, o Centro realizou um passo histórico na assistência a Logan Bernardo Melo Moura, de 20 anos, o primeiro homem transsexual a alterar o nome social na certidão de nascimento, através do Centro de Cidadania.

    A trans ativista e membro da Associação gonçalense LGBTI+, Angélika Rawaxi também teve a sua documentação validada através do centro. Ela relembra que na primeira reunião realizada junto aos movimentos sociais para a implementação do Centro LGBTI, saiu de lá com muitas dúvidas, e hoje , ver a política pública tomando forma dá esperança de continuar lutando. 

    "Há um ano fomos convidados para uma reunião. Todos saímos com muitas vírgulas na cabeça, achando que era mais uma promessa política. Mas, não foi. Eu só tenho a agradecer a toda assistência que tive no centro, e se hoje tenho a minha identidade com o nome que eu escolhi, eu agradeço a vocês do Centro por isso!", ressaltou. 

    Em fevereiro deste ano a equipe técnica do Centro deu início ao planejamento do marco regulatório, que através de projeto de lei irá institucionalizar o equipamento como política pública. O documento já está pronto e será encaminhado para a Câmara de Vereadores para apreciação e votação. 

    "Eu estou muito feliz e emocionada por esse um ano de trabalho árduo. Agradeço a equipe do Centro, ao empenho, dedicação e boa vontade de cada profissional. Todos os segmentos da sociedade devem ser acolhidos e respeitados. Estamos de braços abertos e de coração aberto para receber a todos. Ter hoje um projeto de lei em andamento é extremamente importante, pois pessoas saem, mas as políticas públicas continuam. Que as pessoas possam ver o Centro como uma grande casa. Continuaremos na luta pelo respeito à dignidade de cada um!", afirmou a secretária de Desenvolvimento Social, Marta Maria Figueiredo. 

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