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    Carnaval: voluntários apuram depredação em patrimônios do Rio

    Publicado 26/02/2020 às 20:42 | Autor: Plantão Enfoco
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    Drogas e mercado negro são maiores influências para vandalismo. Foto: Tônia Rêgo/ Agência Brasil.

    O Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) começa nesta quinta-feira (27) a apurar denúncias recebidas durante o carnaval sobre furto, roubo e depredação de monumentos históricos e artísticos no Rio de Janeiro.

    De acordo com Cláudio Prado de Mello, diretor-geral do instituto, a apuração será feita por voluntários, profissionais de arte e amantes de história interessados em reduzir o número de furtos, roubos e vandalismo de estátuas e outros itens históricos do estado. O movimento "Brigadistas do Patrimônio" - uma ação coletiva sem fins lucrativos que visa preservar bens públicos - participará do trabalho.

    Malfeitores

    O consumo de drogas é, de acordo com uma pesquisa feita pelo Inepac, uma das motivações para depredar o patrimônio público. O estudo levantou que ferros-velhos pagam entre R$ 6 e R$ 8 por cada letra de bronze de placas públicas, por exemplo. “Esse é o preço que a gente conseguiu levantar de uma pedrinha de ‘crack’. Então, os nossos monumentos estão virando elementos para manter o vício das pessoas. Isso é muito triste”, comentou Cláudio Prado de Mello.

    Outra motivação, de acordo com o diretor-geral, é o mercado negro de antiguidades e itens históricos. “A gente está falando do mercado negro de antiguidades que também existe. Não raramente, a gente recebe fotografias de peças, placas de bronze ou de outros materiais que são oferecidos em feiras”, disse.

    Vandalismo

    Cláudio Prado de Mello relata ainda que já havia levado denúncias de depredação ao Ministério Público do Rio de Janeiro, mas não houve resposta. “Hoje nós estamos em uma situação catastrófica, porque a gente tem preocupação com a paisagem da nossa cidade. Esses mobiliários urbanos fazem parte dessa paisagem. Na medida em que estão dilapidados, destruídos, fragmentados ou simplesmente faltando alguns elementos, isso acaba sendo muito negativo para o conjunto do patrimônio histórico. Quando o turista vem e fotografa, isso depõe contra o nome da nossa cidade para o mundo”, completou. De acordo com os números do Inepac, o estado do Rio de Janeiro conta com 1.677 bens tombados.

    Rede de informação

    O grupo Brigadistas do Patrimônio conta com trabalho voluntário de uma rede de colaboradores, e desenvolve um trabalho de conscientização sobre a importância de patrimônios públicos. “Muitas vezes a pessoa não tem noção do quanto aquilo significa em termos de valor ou da parcela da memória daquilo que é preservado. Mas nos compete, a despeito das dificuldades que a gente vai encontrar, dividir o nosso conhecimento e sensibilizar as pessoas sobre a importância do nosso patrimônio”, afirmou o Cláudio Prado de Mello.

    Para informar vandalismo, furtos ou depredação em bens públicos de arte, o instituto disponibiliza um canal de comunicação via Whatsapp. O telefone para denúncias é o (21) 98913-1561. Os casos apurados são comunicados à polícia.

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