Cidades
Canecão pode virar centro de memória da MPB e espaço cultural
Palco de grandes artistas da música popular brasileira, a casa de show Canecão, localizada em Botafogo, na Zona Sul do Rio, pode reabrir como centro de memória da música e espaço de cultura multiuso.
Um projeto na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), através de uma norma específica a ser editada, visa celebrar termo de cooperação técnica e financeira com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com o objetivo de reformar e reabrir, após 10 anos, a casa de espetáculos.
"A Assembleia vem fazendo boas parcerias com a comunidade científica do Rio e este projeto abre nova possibilidade entre a ALERJ e a UFRJ. Com isso, o Canecão tem oportunidade de ser devolvido à sociedade fluminense. É um palco que recebeu inúmeros artistas de diferentes gêneros e estilos da música brasileira. Nada mais justo que seja convertido em um espaço cultural multiuso e de memória da MPB, uma página das mais importantes de nossa cultura".
Deputado estadual Waldeck Carneiro (PT), autor original da proposta
O projeto, do deputado Waldeck Carneiro (PT), tem co-autoria do presidente da Casa Legislativa, André Ceciliano (PT), além de Eliomar Coelho e Flávio Serafini, ambos do Psol.
História
Inaugurado em 1967, o Canecão foi originalmente concebido como uma grande cervejaria – daí o nome que o consagrou. A casa tornou-se rapidamente uma das principais referências nacionais para espetáculos de médio e grande portes e foi o palco que consagrou nomes da música popular brasileira, como Ellis Regina, Maysa e Chico Buarque, e revelou outros, como Elymar Santos, que pagou para se apresentar no local e lançar sua carreira.
Proprietária do imóvel, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiu a reintegração de posse em 2010, depois de brigar durante muitos anos na Justiça, mas somente em 2013 foi autorizada a usar plenamente o prédio. Até então, a universidade era obrigada a fazer a guarda de bens deixados no local pelo detentor da marca Canecão, Mário Priolli, já falecido.
Primeiro, a UFRJ investiu na recuperação do telhado do Canecão e na manutenção predial. Depois, passou à preservação da obra "A Última Ceia", do cartunista Ziraldo. O painel, pintado em uma das paredes do prédio em 1967, tem 32 metros de comprimento por 6 de altura, e é considerado um dos maiores do gênero no país. Durante anos, a obra ficou escondida atrás de tapumes. Esse trabalho de preservação do painel é acompanhado pela Escola de Belas Artes e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ.
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