Previsão
Calor e pouca chuva: saiba a expectativa para o outono deste ano
Especialistas explicam a expectativa para a estação
O outono no Brasil começou no último dia 20 de março e irá terminar no dia 21 de junho. Entre esses três meses, a temperatura no Rio de Janeiro e nas cidades metropolitanas do Estado, como Niterói, São Gonçalo e Maricá, pretende diminuir com o passar dos dias, mas especialistas apontam que o tempo continuará seco até a chegada do inverno.
Em janeiro de 2022, a cidade do Rio de Janeiro registrou recorde de temperatura no verão. Na zona oeste, a sensação térmica chegou a atingir 50,8º graus, no dia 18 de janeiro. A estação que antecede o outono trouxe altas temperaturas e levou a várias reclamações da população, como a ausência de pontos de ônibus para se proteger do sol em Niterói.
O ENFOCO entrou em contato com especialistas para saber como será o outono no Rio de Janeiro. De acordo com o meteorologista Wanderson Silva, as chances de chuvas diminuirão com o passar do tempo por causa da aproximação com o inverno.
"O outono é uma estação de transição entre o clima quente e úmido do verão e o clima frio e seco do inverno. É normal que ainda tenhamos dias um pouco mais quentes ainda em abril, apesar da entrada de algumas frentes frias mais fortes. Maio já é menos quente e os volumes de chuva reduzem. Esse ano podemos ter acumulados totais de chuva dentro ou levemente abaixo da climatologia. A chuva pode ficar ainda um pouco irregular, com períodos mais secos intercalados com chuvas mais acentuadas, especialmente agora em abril."
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) complementa que as temperaturas no outono devem ficar um pouco acima da média no sudeste. No entanto, não descarta a chegada de frentes frias vinda do sul do país por causa do fenômeno La Niña, que seria, segundo o meteorologista, o resfriamento das águas do oceano Pacífico Equatorial.
"As temperaturas devem ficar dentro ou um pouco acima da média. Mas isso não quer dizer que não tenhamos frio. Vamos sim ter entrada de massas frias que derrubarão a temperatura."
La Niña pode favorecer alguns episódios de frio um pouco mais frequentes e pontuais no RJ.
A fala do especialista vai de acordo com o prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o sudeste deste ano.
"A previsão indica que as chuvas deverão permanecer abaixo da média nos próximos três meses. Normalmente, existe uma redução das chuvas sobre esta região a medida que se aproxima do outono, dando início ao período seco. A temperatura do ar deverá prevalecer próxima e ligeiramente acima da climatologia do período, porém não se descarta a possibilidade da entrada de massas de ar frio que poderão diminuir as temperaturas em localidades de maior altitude, a partir do mês de maio", informa o instituto.
Cuidado com plantas
As mudanças no tempo ocorridas durante o período do outono modificam árvores, plantas e frutos e acende um alerta para a população sobre o cuidado perante estes vegetais. Esta época pré-inverno é marcada pela queda das folhas da árvore. Segundo a bióloga Janie Garcia, isso pode ser explicado pela diminuição do contato com raios solares.
"No outono e no inverno, os dias ficam mais curtos, há uma redução na intensidade de luz e calor solar que interfere na fotossíntese, necessária à transformação da seiva bruta em seiva elaborada que fornecerá alimento à planta. Por isso, as plantas reduzem seu metabolismo, algumas diminuem seu crescimento e outras entram em dormência. Essa é uma estratégia para se proteger do frio e reduzir seu gasto de energia", conta Janie.
A coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro (LAHVI) da Universidade Federal Fluminense (UFF) complementa que as folhas costumam se renovar na primavera. A bióloga explica que isso também influencia na produção de frutos por causa da diminuição do consumo de energia feita pelas plantas. De acordo com Janie, isso significa reduzir o metabolismo tanto no crescimento quando no desenvolvimento.
No entanto, a produção de novas folhas, flores e frutos está sujeita a cada espécie pois as plantas podem se adaptar à condições adversas. A bióloga recomenda que as pessoas compreendam a importância das plantas para a vida humana e para o ambiente; ajudem na preservação da arborização pública, evitando que as árvores sejam danificadas; conscientizem outras pessoas para cuidar do ambiente; e plantem árvores em espaços adequados.
Poda
Sobre as podas, a bióloga, atenta que a das árvores é uma intervenção humana e ela pode ser realizada por motivos de estética, controle de pragas ou para estimular a floração. A professora informa que há três tipos de podas e que cada atende uma finalidade.
A poda de formação serve para dar forma à planta, podendo ser realizado cortes em galhos baixos ou que estejam atrapalhando o desenvolvimento das árvores.
A poda de limpeza tem como objetivo revigorar a planta, retirando galhos fracos e velhos em busca de facilitar o acesso de luz aos galhos mais internos.
A poda de floração ou frutificação é realizada na época certa para cada espécie. Contudo, Janie alerta que o corte errado pode prejudicar a produção de flores e frutos.
"É recomendável que a poda de limpeza, seja feita, quando necessário, no outono e no inverno e que as podas de formação e de floração sejam realizadas no final do inverno, quando, logo a seguir, os dias se tornam mais longos e a luz e a temperatura aumentam", explica a bióloga.
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