Cidades
Bonde do cachorro: cães atacam pedestres em Niterói
Publicada às 19h de 29 de novembro. Atualizada às 13h04 de 30 de novembro.
Novas denúncias envolvendo maus tratos de animais e ataques a pedestres voltaram a chamar atenção na Região Oceânica de Niterói, após um mês da visita do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) na região. Isso porque, na ocasião, o CCZ concluiu que os animais citados nas denúncias eram bem cuidados e que não havia risco. Acontece que neste domingo (28) uma pedestre foi atacada e mordida por um dos cães enquanto passava pelo local onde são mantidos pelo proprietário de um imóvel em Piratininga. Vizinhos relatam que os cães estavam soltos na rua quando aconteceu o ataque.
O caso acontece na Rua Orestes Barbosa. Em setembro, a moradora Luana Barbosa de 20 anos, foi mordida por um cão da raça pitbull, mas ao entrar na casa onde estava o animal para alimentá-lo. Desde então, moradores relatam que a fuga dos animais é frequente.
“Minha filha, que é estudante de veterinária, já foi atacada aqui, o vizinho da frente que socorreu ela”
Mônica Pereira, aposentada
Já Mônica Macedo, mãe de uma das vítimas dos animais, e que também mora na região, relata indignação e pena.
“No dia em que a fiscalização veio, o dono tinha colocado água e ração, mas quem põe comida somos nós moradores. Tem um cachorro que fica acorrentado 24 horas, esse já fugiu e mordeu um rapaz e uma outra moça. Quando um ataca, todos vão em cima. Não culpo os animais”
Procurado, o proprietário do imóvel e dos cães não foi localizado.
Alojamento
Para o vereador Daniel Marques (DEM), vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Câmara de Niterói, é preciso que a cidade tenha locais para alojamento de animais.
“Nosso gabinete recebe dezenas de casos de maus tratos. As polícias Civil e Militar, mesmo em flagrante ou investigação, não conseguem encaminhamento para animais em vulnerabilidade. Nos casos mais graves, como esse, a prefeitura até vai ao local, mas Niterói não tem convênio, hospedagem ou alojamento para animais. Não há nenhuma casa de passagem para ação de maus tratos. Não adianta a polícia ou a prefeitura bater no local e constatar maus tratos e não ter pra onde levar os animais”
O vereador sugere ainda que a cidade faça um convênio com algum hospital veterinário, da Universidade Federal Fluminense (UFF) por exemplo, para que seja feito um primeiro atendimento desses animais.
Em outubro, quando a Prefeitura de Niterói, através do CCZ, esteve no local, foi solicitado prazo de 15 dias para que o proprietário entregasse o comprovante da vacina antirrábica dos animais. Mas garante não ter constatado situação de insalubridade, denunciada pelos vizinhos, e que os animais estavam bem tratados em local seguro, inclusive com água e comida à disposição.
Procurada para novos esclarecimentos e questionada se o prazo foi cumprido pelo dono dos animais, a secretaria municipal de Saúde de Niterói ressaltou que uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) esteve no local em dois momentos.
"No último dia 11, os animais foram vacinados contra a raiva. Foi lavrado um auto de infração pelo não cumprimento das exigências de manutenção das condições de higiene do ambiente. Também estiveram no local fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente que notificaram o morador para reparo do muro, em 15 dias, e manter os animais em domicílio enquanto não for feito esse reparo", finaliza a nota.
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