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    Golpismo

    Bolsonaristas seguem acampados no Rio; repórter é ofendido

    Ordem é para que ato seja desmobilizado até a noite

    Publicado 09/01/2023 às 12:25 | Atualizado em 09/01/2023 às 12:53 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Movimentação foi baixa em acampamento em frente ao Palácio Duque de Caxias, no centro do Rio
    Movimentação foi baixa em acampamento em frente ao Palácio Duque de Caxias, no centro do Rio |  Foto: Lucas Alvarenga

    Um repórter cinematográfico foi empurrado e xingado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que seguem localizados em um acampamento na Praça Duque de Caxias, na frente da sede do Comando Militar do Leste, nesta manhã de segunda-feira (9).

    Marcos Vidal, de 63 anos, alega que foi chamado de negro, além de comunista e lulista. 

    A agressão ocorreu por volta das 10h. Ele estava fazendo fotos do acampamento, ao lado da Avenida Presidente Vargas, enquanto outros colegas de reportagem estavam do lado do QG. Ele diz que foi agredido porque estava longe de outros colegas. 

    “Eu queria fazer umas imagens diferentes do acampamento e estava sozinho quando eles começaram a me ofender e me filmar, me chamando de lulista, de comunista, de negro. Eu fui para cima de um deles tirar satisfação e para entender o motivo daqueles ataques até porque estou aqui fazendo o meu trabalho. Nisso, juntaram vários bolsonaristas perto de mim e tentaram tirar minha câmera”, disse. 

    Marcos, que está no ramo há 10 anos, disse que a “intenção era me defender o máximo que eu pude e para não perder minha máquina”. Ele teve o para-sol da máquina fotográfica danificado.

    Mais cedo, o governador Cláudio Castro (PL) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) determinaram o fim do ato até a noite nesta segunda-feira (9), caso o acampamento não seja desmobilizado voluntariamente. 

    Algumas bandeiras e placas já foram retiradas. O acampamento, que está montado desde novembro do ano passado, está cheio de manifestantes que pedem a volta do voto impresso e intervenção militar, afirmando que não querem “o comunismo” e querendo novas eleições. 

    Funcionários do Comando Militar do Leste, que fica próximo a praça, tentaram contato com os manifestantes que mandaram que eles fossem embora aos gritos.

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, no ultimo domingo (8), depois que bolsonaristas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF “a desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus participantes”. Até as 11h30, o acampamento seguia no local. 

    O Prefeito Eduardo Paes informou, em seu Twitter, que estava desde cedo reunido com o secretário de Ordem Pública e com o comandante da Guarda Municipal para garantir o respeito ao Estado Democrático de Direito na cidade do Rio. Além disso, ele informou que estava em contato com o governador Cláudio Castro e até a noite desta segunda iria retirar, em colaboração com o exército e com a polícia militar, de todos os objetos e barracas que ocupam o espaço público tomado por manifestantes que atentam contra a democracia na praça Duque de Caxias.

    O governador Cláudio Castro também informou que designou que a Polícia Militar e a Civil reforcem a segurança em prédios públicos e reintegrou seu compromisso com a “ordem democrática”. Ele também determinou o monitoramento de possíveis pontos de manifestação no Centro do Rio. 

    Invasão

    Pelo menos 400 bolsonaristas foram presos em Brasília após a invasão ao Congresso Nacional na tarde de domingo (8). Policiais militares tiveram que usar bombas e gás lacrimogênio para tentar conter os manifestantes. Uma viatura da PM caiu no espelho d’agua do local.

    Parte dos extremistas que estavam armados, foram parados e foram revistados pelos policiais. Junto dos pertences dessas pessoas havia ainda outras armas brancas, que poderiam ser utilizadas para violência.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na tarde deste domingo (8) a intervenção federal na segurança do Distrito Federal, após a invasão de terroristas no Congresso Nacional. Ele nomeou Ricardo Garcia, secretário-executivo do Ministério da Justiça, para ser o interventor no DF. A intervenção está prevista para durar até o dia 31 de janeiro.

    “Isso nunca tinha acontecido. Houve incompetência das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito Federal. Vamos descobrir quem são os financiadores. Essas pessoas nós chamamos de tudo que está abominado na política. Vândalos  destruindo o que encontravam pela frente”, disse Lula. O atual presidente do país venceu Jair Bolsonaro nas eleições no ano passado. 

    Moraes determinou também o afastamento do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB). 

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