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'Jurassic Park'

Artista plástico produz esculturas gigantes de dinossauros em Magé

Ao todo serão 80 criaturas para exposições itinerantes no Brasil

Publicado 12/06/2023 às 16:49 | Atualizado em 13/06/2023 às 8:16 | Autor: Manuela Carvalho
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Escultor iniciou a carreira no Carnaval
Escultor iniciou a carreira no Carnaval |  Foto: Péricles Cutrim

Dentes afiados, cores realistas, presença assustadora e rugido de deixar qualquer um arrepiado. Criaturas que poderiam facilmente ser roteirizadas pelo cineasta Steven Spielberg, em Hollywood, mas que na verdade estão sendo esculpidas em Magé, na Baixada Fluminense, pelo artista plástico e escultor Lael Araújo, de 52 anos.

O escultor, que iniciou a carreira no Carnaval carioca produzindo alegorias, se inspirou no período jurássico para explorar um mundo completamente diferente do habitual. 

"Ano passado, eu comecei a me redescobrir. O Bruno (empresário) tinha esse projeto Jurassic na mão e me chamou, eu topei. A ideia é construir três parques desses, que serão itinerantes. Não imaginava que o resultado chegaria no que está chegando", conta. 

Animais são pintados em realismo
Animais são pintados em realismo |  Foto: Péricles Cutrim

Nascido e criado em Santa Dalila, onde atualmente possui um galpão para desenvolver as obras, o artista sempre foi apaixonado por desenhos. Na cara e coragem, ele decidiu apresentar os rascunhos para o Joãozinho Trinta, na época carnavalesco da Viradouro, em Niterói, em 1996. 

Aspas da citação
Eu vi o Carnaval e achei interessante, então fui à procura. Levei meus desenhos na Viradouro e o Joãozinho Trinta era carnavalesco lá, ele gostou e me chamou para fazer parte da equipe dele. Dali eu comecei a esculpir algumas coisas e me encontrei, acho que o dom já estava em mim
Lael Araújo Artista plástico e escultor
Aspas da citação
  

Foi então que Lael começou a deixar seu nome em meio às agremiações, além de outros projetos de renome.

"Eu trabalhei no Império Serrano, na Portela, na Imperatriz Leopoldinense, quando ela estava no Grupo de Acesso. Em São Paulo, atuei na Gaviões da Fiel, Águia de Ouro. Também faço o Natal Luz em Gramado", enumera. 

Mundo dos dinossauros 

Todos os trabalhos são manuais
Todos os trabalhos são manuais |  Foto: Péricles Cutrim

Cada criatura jurássica é feita manualmente, e as esculturas não são estáticas. Elas se movimentam e até emitem o som dos dinossauros. Atualmente, são nove pessoas trabalhando no galpão do artista, mas no começo chegou a ter o auxílio de 18 membros.

Um dos sonhos de Lael sempre foi ter um trabalho exposto em Magé

  

"Isso aqui começa na escultura de isopor, eu modelo e depois ela é empapelada e vai para a parte de forma. Aí vem a equipe, tira essa forma, e dentro dessa forma a gente reproduz ele em fibra. Aí depois ele volta para mim e eu começo a fazer os olhos e os dentes, além de auxiliar a parte de pintura. Depois vem o movimento, aí eu vou com o pessoal da robótica e explico os movimentos que eles vão ter que fazer", ensina. 

Representação de um fóssil
Representação de um fóssil |  Foto: Péricles Cutrim

Em média, a modelagem das esculturas leva um mês para ser concluída, mas a finalização é de dois meses, então a equipe promete aumentar.

"Agora que deu certo a ideia, que já descobrimos como fazer eles, então em média vão ser umas 30 pessoas para a gente tocar o parque de uma vez só. Esse parque vai percorrer o Brasil todo, um só não daria para acompanhar, então a ideia é ter quatro, o que dá uma média de 80 dinossauros", acrescenta.

Exposição

Lael trabalha no ramo artístico desde 1996
Lael trabalha no ramo artístico desde 1996 |  Foto: Péricles Cutrim

Um dos sonhos de Lael sempre foi ter um trabalho exposto na cidade em que nasceu. Recentemente, ele recebeu a visita do secretário municipal de Cultura, Turismo e Eventos Bruno Lourenço, que estuda a possibilidade de, quando pronto, trazer o parque itinerante para a cidade.

"Meu sonho era de ter um trabalho meu aqui na cidade, o secretário teve aqui e eu fiquei muito confiante. Ele gostou da ideia e achou legal por eu ser daqui", disse Lael. 

Sobre uma desvalorização no ramo artístico, o escultor ressalta. "A arte é uma coisa que vem de dentro da gente, minha vida está aqui, meu amor, meu sentimento está na arte. A melhor forma de expressar meu sentimento é na arte. A arte é tudo, não dá para desistir dela".

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