Acesso restrito de passageiros nas barcas em Niterói

Começou neste sábado (21), à 00h, a triagem dos passageiros que podem fazer a travessia de barcas da estação Arariboia, no Centro de Niterói, à Praça XV, no Rio. Essa foi uma das medidas adotada pelo Governo Estadual para conter a propagação do coronavírus.

O acesso é restrito, com controle de passageiros realizado pelas forças policiais. Essa é a única forma de atravessar da Região Metropolitana para o Rio de Janeiro, usando o transporte público, já que a circulação de passageiros através dos ônibus intermunicipais está suspensa temporariamente pelo Governo Estadual.

Podem fazer a travessia apenas os servidores públicos em serviço, inclusive aqueles relacionados às forças armadas, bombeiro militar e agentes de segurança pública; profissionais do setor de saúde em geral; do setor de comércio relacionados aos gêneros alimentícios; profissionais que exerçam atividades industriais; e dos setores de transporte, logística, motoristas de transporte público, correios e congêneres, serviços de entregas, distribuidoras, fornecimento de catering, bufê e outros serviços de comida preparada, asseio e conservação, manutenção predial, empregados em edifícios e condomínios, vigilância e segurança privada, lavanderias hospitalares, veterinárias, funerárias, imprensa, serviço de telecomunicação e postos de gasolina.

Para isso, esses profissionais devem apresentar documento de identidade profissional, carteira de trabalho ou crachá funcional acompanhado de identidade oficial.

Pacientes em tratamento de saúde, acompanhados com até uma pessoa, também poderão utilizar as linhas intermunicipais, desde que munidos de atestado médico, agendamento ou qualquer outro documento comprobatório da condição médica.

A operação das barcas na Estação Arariboia acontece a cada 30 minutos no horário de pico, entre 6h e 9h, e 16h e 18h, e 1h nos horários de vale e dias não úteis.

Já a operação na linha Paqueta será realizada com intervalo de até 3h. O governo estadual ainda determinou o fechamento de operação aquaviária nas estações Charitas e Cocotá.

Passageiros são impedidos de embarcar

Quem tentou fazer a travessia mas não tinha os documentos completos conforme estipulado pelo Governo do Estado foi impedido de fazer a viagem usando as barcas.

Esse foi o caso da cuidadora de idosos Mônica Castro, de 50 anos. Ela trabalha informalmente e, por isso, não possui carteira assinada e nem crachá.

"Mostrei o diploma para os PMs, pois sou cuidadora de idosos, então vim só com o meu atestado do curso. Eles não deixaram eu passar e pediram para eu solicitar a minha patroa uma declaração atestando que eu trabalho no Rio", disse.

Já a dona de casa Patrícia Nascimento Batista é moradora do Complexo do Alemão, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, contou que tentou voltar para casa, mas também foi impedida.

"Eu estava em Cabo Frio, em uma casa que possuo no local, e estou tentando voltar para casa. Já tentei de tudo, mostrei que me trato no Rio, o comprovante de residência da minha casa em Cabo Frio... Nada adiantou. Eu não consegui passar", explicou.

Uma advogada, que preferiu não se identificar, explicou que está se mantendo em casa mas que, neste sábado, resolveu tentar atravessar de barcas para resgatar um gato que ficou preso em uma das lojas no Centro do Rio.

"Eu moro em Itaipuaçu, em Maricá, e queria atravessar só para resgatar um gato que vive em uma loja de roupas, no Centro do Rio. Isso é algo muito sério. O animal vai acabar morrendo dentro da loja, sem comida ou água", declarou.