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    A difícil jornada de pessoas trans no mercado de trabalho

    Publicado 17/05/2021 às 16:44 | Autor: Enfoco
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    Sem trabalho de carteira assinada há quase dois anos, Penélope Gomes da Silva, de 36 anos, vê com esperança o projeto. Foto: Divulgação/Governo do Estado

    A transexual Penélope Gomes da Silva, 36 anos, conhece bem a dificuldade em conseguir um emprego formal e de, mesmo tendo a qualificação para a vaga, acabar preterida por causa do preconceito.

    Sem trabalho de carteira assinada há quase dois anos, ela vê com esperança o projeto “Fortalecendo o Corre”, da Secretaria de Estado do Rio de Trabalho e Renda, cujo objetivo é ajudar pessoas trans a ter acesso ao mercado de trabalho por intermédio dos postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

    "Para a gente conseguir um emprego é muito difícil. Quando não é por indicação fica quase impossível. Sinto na pele esse sofrimento. Eu tenho qualificação para a vaga, mas quando os empresários veem que é um transexual, eles disfarçam e nos dispensam. Esse projeto veio em boa hora. O nosso maior problema é que não podemos inserir no sistema o nosso nome social e isso dificulta muito quando chegamos até à entrevista", desabafa Penélope.

    O projeto foi lançado nesta segunda-feira (17), Dia Internacional Contra a Homofobia. Coordenador Projetos Especiais da Setrab-RJ, Nélio Georgini da Silva, afirma que o obtivo auxiliar as pessoas trans. 

    "O Estado vai proteger o público LGBT, desde a questão do nome social até a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Vimos que a principal questão, especialmente aos transexuais, é a distorção dos nomes do registro civil e do nome social. O sistema envia o currículo aos empregadores e estes não sabem quando se trata de uma pessoa trans. A norma é restrita ao sexo masculino e feminino. Queremos mudar essa realidade", destaca. 

    Representante das Casas de Acolhimento LGBT no Estado e ativista da causa, a transexual Indianarae Siqueira, 50 anos, ressalta a importância do respeito à identidade de gênero.

    "Eu acho muito importante que se respeite a identidade de gênero das pessoas, a autodeclaração. O mundo é dividido em homem e mulher. Temos diversas dificuldades em várias áreas da nossa vida e o emprego é uma delas. Precisamos de um trabalho para termos dignidade. Precisamos ser valorizadas. Acredito que o projeto é o pontapé inicial para conseguirmos dar esse passo". 

    Os interessados poderão procurar umas das 44 unidades do Sine distribuídas pelo estado. Todos os funcionários das agências estarão aptos e treinados para receber o público LGBT. 

    "Os postos do Sine vão receber um protocolo que prevê sensibilizar e promover treinamento para os funcionários lidarem melhor como o tema diversidade. Dessa forma, vamos receber e cadastrar os currículos de pessoas LGBT para encaminharmos para o mercado de trabalho", finaliza o subsecretário executivo da Setrab, Júlio Saraiva.

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