Assédio
Vocalista do Aerosmith é acusado de abusar sexualmente de jovem
Os advogados de Julia Misley entraram com processo
Uma mulher entrou com um processo contra o vocalista do Aerosmith, Steven Tyler, por agressão sexual, coerção de aborto e infâmia involuntária na década de 70, época que ela ainda era menor de idade e ele já passava dos 20 anos.
Os advogados de Julia Misley já entraram com o processo na última terça-feira (27) em Los Angeles. O processo foi aberto pela Lei de Vítimas Infantis da Califórnia, que permite abertura de processo civis para aqueles que sobreviveram a abuso sexual na sua infância.
A janela “lookback” de três anos terminou neste sábado. Em um comunicado, Misley falou que essa mudança de lei deu coragem para que ela tomasse medidas legais.
“Quero que esta ação exponha uma indústria que protege criminosos famosos, para limpar e responsabilizar uma indústria que explorou e permitiu que eu fosse explorada por anos, junto com tantas outras crianças e adultos ingênuos e vulneráveis”, falou Misley no comunicado.
Segundo o processo, Misley teria conhecido Tyler, em 1973, após o cantor fazer um show em Portland, Oregon. Naquela época, Misley tinha apenas 16 anos e Tyler tinha 25. O processo diz que Tyler levou Misley para seu quarto de hotel e “executou vários atos de conduta sexual criminosa” na mesma noite.
Ainda no processo, é dito que o cantor comprou uma passagem de avião para Misley ir até ele em Seattle, onde aconteceria outro show da banda. O processo alega também que Misley foi abusada após o show.
O processo ainda fala que em 1974, Tyler convenceu a mãe de Misley a passar a guarda da filha para ele, prometendo que iria matriculá-la na escola, ajudar a sustentar a jovem e ainda forneceria cuidados médicos melhores do que a mãe poderia oferecer.
“O réu Doe 1 (Steven Tyler) não cumpriu significativamente essas promessas e, em vez disso, continuou a viajar, agredir e fornecer álcool e drogas ao autor”, alegou o processo.
O processo também alega que Tyler teria engravidado Misley e a obrigou fazer um aborto.
“O réu Doe 1 (Tyler) pressionou e coagiu o autor a fazer um aborto, ameaçando mandá-la de volta para sua família e deixar de apoiá-la e amá-la”, de acordo com o processo. “A demandante cedeu e o aborto foi realizado”, acrescentou o processo.
“A queixa que foi preparada pela minha equipe jurídica relata em termos legais a trajetória da minha vida desde as primeiras lutas até a exploração por Steven Tyler, a indústria da música, minha fuga daquele mundo, minha recuperação e transformação, minha restauração do espírito através da fé, a construção de uma família e a reconstrução da minha vida”, disse Misley em um comunicado.
Além dessas alegações, Tyler ainda é acusado de "divulgar intencionalmente os atos que perpetrou”, em diversos livros publicados que falavam sobre os ataques.
Em livro de memórias publicado em 2011, “O barulho na minha cabeça incomoda você?” Tyler fala sobre estar tão apaixonado que “quase levou uma noiva adolescente” o livro não identifica a adolescente em questão.
“Fui dormir na casa dos pais dela por algumas noites e os pais dela se apaixonaram por mim, assinaram papéis para que eu tivesse a custódia, para que eu não fosse preso se a levasse para fora do estado. Eu a levei em turnê comigo”, escreveu ele.
O acusador de Tyler disse que as publicações traumatizaram ela e sua família.
“Sou grata por esta nova oportunidade de agir e ser ouvida”, disse Misley em um comunicado.
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