Sem noção
Vídeo: Bailarina brasileira denuncia racismo nos Estados Unidos
Ingrid Silva mora há14 anos em Nova York, EUA
A bailarina clássica Ingrid Silva foi às redes sociais, nesta terça-feira (17), para relatar que passou por um episódio de racismo durante um passeio com a família na Filadélfia, nos Estados Unidos.
Olha como o racismo estrutural e a base da pirâmide é louca
Ingrid relatou que aproveitava a cidade na companhia da filha Laura quando um americano que falava português se aproximou e acabou cometendo o ato.
"Estava com a minha família explorando a cidade, conhecendo as coisas e passei por um ato de racismo na rua muito complicado. Um americano, que fala português, estava no parque onde a gente estava, me viu falando com ela (com a filha) em português e falou assim: 'Ah, brasileira?'. Eu falei: 'É, sou'. Toda a nossa conversa foi em português. Ele falou assim: 'Você mora aqui em Filadélfia?'. Eu falei: 'Não, estou trabalhando aqui. Eu vim para trabalhar'. Ele falou assim: 'Faxineira?'. Quando ele falou isso, ele me pegou de um jeito, tipo assim, (fiquei em) choque", disse a dançarina.
Pessoas brancas, estudem, se eduquem, parem de falar essas mer***, a gente está cansado de ouvir essas mer***
Ingrid, que mora há 14 anos em Nova York, revelou que foi a primeira vez em que teve que lidar com situações como essa, mas elucidou o racismo estrutural.
"Nunca conversei com alguém que simplesmente assumisse, por eu ser uma mulher preta, que eu estaria limpando, ou verbalizasse isso. Nada contra as pessoas que limpam, de jeito nenhum. Minha mãe foi empregada doméstica, mas não achei que ninguém iniciasse uma conversa desta forma. Olha como o racismo estrutural e a base da pirâmide é louca. Louca não, é tudo estruturado para que as pessoas pretas não tenham oportunidade de crescer ou quando elas crescem não são vistas dessa forma. Pessoas brancas, estudem, se eduquem, parem de falar essas merdas, a gente está cansado de ouvir essas merdas. E isso é para vocês verem que mesmo chegando no patamar que eu cheguei hoje em dia, trabalhando com o que eu trabalho, tudo o que eu represento, por eu ser uma mulher preta, ele me associou (a uma faxineira), não me associou como a presidente do Brasil, ou a diretora de uma grande empresa, uma CEO ou até mesmo uma bailarina clássica, ele ficou surpreso. A gente pode ser o que a gente quiser", finalizou.
Confira na íntegra
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