Brasil & Mundo
União feminina no Carnaval do Rio
‘Sororidade’ significa apoio mútuo, solidariedade e empatia. Para combater o aumento dos casos de assédio durante o carnaval, diversas campanhas espalhadas pelo Brasil estimulam as mulheres a se apoiarem para curtir a data sem transtornos.
Do ano passado pra cá, os casos de violência sexual contra mulheres registrados pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) aumentaram 88%. Este ano, a campanha #AconteceuNoCarnaval vai atuar em cidades como Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, João Pessoa, Campina Grande e Ouro Preto.
“Orientamos as mulheres para que fiquem atentas umas às outras, porque pode ter alguém precisando de socorro, de ajuda e, muitas vezes, sem conseguir verbalizar isso”, diz a mobilizadora Madalena Rodrigues. O grupo vai distribuir “fitinhas da sororidade” durante a folia, para identificar mulheres dispostas a ajudar em situações de abuso ou violência. Também estão sendo colados cartazes pelas cidades, com frases da campanha contra o machismo e o assédio e em favor da liberdade das mulheres.
A campanha vai recolher relatos de mulheres para contabilizar e mapear os casos de assédio durante as festas e elaborar um relatório que servirá para pressionar o Poder Público por políticas de prevenção e de combate à cultura de assédio no carnaval. Os relatos podem ser feitos pelo whatsapp: (81) 99140-5869, de forma anônima. A iniciativa é de quatro organizações sociais: Rede Meu Recife, Mete a Colher, Women Friendly e Minha Sampa.
“Sabemos que não é um problema específico do carnaval. A falta de respeito, a violência contra as mulheres existe todos os dias do ano. Mas como o carnaval é uma festa conhecida pelas brincadeiras, pela liberdade, muita gente confunde e acaba da forma que a gente não quer e está combatendo”, justifica Madalena.
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