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Testes com cloroquina e hidroxicloroquina suspensos pela OMS
Os testes com a cloroquina e a hidroxicloroquina para tratar o novo coronavírus (Covid-19) foram suspensos, ao menos de forma temporária, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que realizou o anúncio nesta segunda-feira (25).
Segundo informações preliminares, a entidade teria suspendido o uso dos produtos após uma pesquisa divulgada na última semana que não apontou validez das substâncias contra o vírus.
O artigo científico em questão foi publicado na sexta-feira (22) na revista médico-científica The Lancet, que afirmou que não houve melhora significativa na condição de saúde de pacientes medicados com quatro protocolos diferentes de cloroquina e hidroxicloroquina.
Feito por um grupo de cardiologistas, o foco da pesquisa foi identificar arritmias cardíacas e mortalidade hospitalar em pessoas sob o efeito dos medicamentos. O estudo foi realizado em um grupo multinacional de pacientes espalhados por 671 hospitais do mundo. Ao todo, 96.032 pacientes participaram dos testes, sendo que cerca de 15% total - 14.888 pessoas - foram medicados.
De acordo com a pesquisa, a mortalidade nos grupos que usaram as diferentes variações de protocolo baseadas na cloroquina ficou em 9,3% - acima do número do grupo de controle, as outras 81.144 pessoas. Neste grupo, que não foi medicado da mesma maneira, a taxa ficou em 0,3%.
Conforme o artigo, condições de saúde pré-existentes, como diabetes, doenças cardíacas, índice de massa corporal (IMC), doenças pulmonares e tabagismo não foram consideradas, já que poderiam influenciar nos resultados.
Apesar da indicação de ineficácia dos protocolos que usam combinações de cloroquina e hidroxicloroquina, os autores do levantamento afirmam que a análise não é definitiva, e que mais estudos serão necessários para o diagnóstico final do uso das drogas.
Brasil
O Ministério da Saúde incluiu na semana passada, a cloroquina, e seu derivado hidroxicloroquina, no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves da Covid-19, apesar de não existir evidências científicas que comprovem a eficácia dos medicamentos.
De acordo com o documento divulgado pela pasta, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.
O governo alerta que, apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de terem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há resultados de “ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da Covid-19”.
Publicado às 13h45. Com Agência Brasil.
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