Surto global de sarampo é alertado pela OMS; veja sintomas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta, nesta terça-feira (20), sobre a rápida propagação do sarampo no mundo. Mais da metade dos países encontram-se em situação de alto risco ou muito alto de ter surtos de sarampo.

Já são mais de 306 mil casos declarados em 2023, um aumento de 79% em apenas um ano. A organização também pediu uma intensificação da vacinação, durante coletiva de imprensa.

“O que nos preocupa é que este ano, 2024, temos grandes lacunas nos nossos programas de imunização e se não as preenchermos rapidamente com a vacina, o sarampo irá simplesmente saltar", disse Natasha Crowcroft, assessora técnica da OMS para sarampo e rubéola.

Ela também detalhou que "a partir dos dados produzidos com dados da OMS pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), mais da metade de todos os países do mundo estarão em risco alto ou muito alto de surtos no final deste ano”.

Além disso, Natasha revelou que “houve um aumento constante dos casos de sarampo em todas as regiões da OMS, exceto uma, a região das Américas”.

No entanto, a OMS teme que devido ao aumento de casos em todo o mundo, a região das Américas também possa ser afetada por surtos de sarampo.

Os últimos dados mundiais, até a metade de fevereiro de 2024, indicam 306.291 casos notificados à OMS em 2023, frente a 171.156 em 2022, representando um aumento de 79%. No entanto, a organização destaca que os números reais estão muito mais elevados.

O agravamento da doença viral altamente contagiosa, que pode provocar complicações mortais e se propaga por via aérea, foi atribuído a uma diminuição das vacinas na época do Covid-19.

"A prevenção do sarampo e da rubéola não é mais uma prioridade mundial e governamental devido a problemas concorrentes como a Covid-19, a crise econômica, os conflitos, etc", indica a OMS em uma nota enviada aos meios de comunicação.

Sarampo

O Sarampo é uma doença altamente contagiosa, que pode ser transmitida pelo ar, e afeta principalmente as crianças menores de 5 anos. 

Ela pode causar graves problemas de saúde, incluindo diarreia intensa, infecção de ouvido, perda da visão, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro).

A vacinação é a principal forma de prevenir a doença, no entanto, a baixa taxa de imunização vem preocupando as autoridades internacionais.

O Reino Unido emitiu no final de janeiro um alerta nacional visando conter o surto de sarampo nas cidades britânicas. Em muitos locais, o percentual de crianças vacinadas é abaixo dos 65%.

Já o Brasil vive, até o momento, uma certa calmaria com a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, não foram registrados novos casos da doença desde 2022, e a cobertura vacinal subiu mais de 10% nos últimos dois anos.

Medidas urgentes

Ainda de acordo com a coletiva de imprensa desta terça, a assessora técnica reafirmou que os governos do mundo precisam ter o compromisso de proteger as crianças.

“Tivemos muitos surtos de sarampo em todo o mundo e os países de rendimento médio sofreram muito. Estamos preocupados que 2024 se pareça com 2019”, alertou a consultora da OMS.