'Penalidade Máxima'
Série A sob investigação por suspeita de manipulação de resultados
Jogadores e seis jogos estão sendo investigados pelo MP-GO
Casos de manipulação de resultados estão cada vez mais frequentes no meio do esporte e agora, através da operação "Penalidade Máxima", realizada pelo Ministério Público de Goiás, concluiu-se que seis jogos da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado estão sob investigação. Em parceria com autoridades de outros estados, o MP-GO cumpriu três mandados de prisão preventiva e mais 20 mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (18).
Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
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De acordo com informações do Ministério Público, o grupo criminoso envolvido aliciava os jogadores oferecendo valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos, como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e mesmo atuar para a derrota do próprio time.
Como resultado dos resultados previamente combinados, os apostadores obtiveram lucros altos em diversos sites de apostas diretamente ou por meio de laranjas.
As partidas da Série A que estão sendo investigadas pelo MP-GO são:
- Santos 1 x 1 Avaí: um dos atletas do Santos foi assediado para tomar um cartão amarelo;
- Red Bull Bragantino 1 x 4 América: - MG: um atleta do Bragantino foi assediado para tomar um cartão amarelo;
- Goiás 1 x 0 Juventude: dois atletas do Juventude foram assediados para tomar cartões amarelos;
- Cuiabá 1 x 1 Palmeiras: um jogador do Cuiabá foi assediado para tomar cartão amarelo;
- Botafogo 3 x 0 Santos: um jogador do Santos foi assediado para tomar cartão vermelho;
- Palmeiras 2 x 1 Juventude: um jogador do Juventude foi assediado para tomar cartão amarelo.
Operação Penalidade Máxima
As investigações foram iniciadas após o volante Romário, do Vila Nova-GO, concordar em cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B em troca de uma oferta de R$ 150 mil, no ano passado. Na ocasião, Romário recebeu um adiantamento de R$ 10 mil e os R$ 140 mil restantes seriam pagos após a partida. Como ele não foi escalado, tentou persuadir seus colegas de time, mas não obteve sucesso.
A história foi divulgada e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que é policial militar, conduziu a investigação e entregou as evidências ao Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, afirmava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano anterior.
Durante a investigação, oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e viraram réus por participarem do suposto esquema. São eles: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Os jogadores em questão estariam envolvidos no esquema de cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina.
nota da CBF
"A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apoia toda e qualquer ação legal que traga transparência e lisura aos campeonatos que organiza e a todo o esporte brasileiro. Isso não acontece somente nas competições que a CBF realiza. A entidade também custeia o mesmo serviço para todas as federações do Brasil. Interferências externas em resultados ou em situações de jogo são uma epidemia global que, para ser solucionada, precisa punir de forma exemplar e urgente, os responsáveis por essa prática nefasta."
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