Crime
PF confirma que restos mortais são de desaparecido na Amazônia
Exame foi realizado na arcada dentária encontrada
A Polícia Federal confirmou nesta sexta-feira (17) que os 'remanescentes humanos', encontrados na última quarta-feira (15) na Amazônia, são do jornalista Dom Phillips. O homem, junto com o indigenista Bruno Pereira, estava desaparecido deste o inicio do mês após uma expedição no Vale do Javari.
De acordo perícia realizada nos restos mortais, um exame na arcada dentária identificou que Dom Phillips está morto. No entanto, ainda não há informações sobre a motivação do crime. O resultado da perícia sobre o indigenista Bruno Pereira deve sair ainda nesta sexta-feira (17).
A confirmação foi feita com base no exame de Odontologia Legal combinado com a Antropologia Forense. Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos.
Ainda nesta sexta-feira (17), a PF já havia informado que a apuração sobre o caso não traz indícios de ter havido um mandante ou organização criminosa por trás das mortes. O pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como 'Pelado', e seu irmão Oseney da Costa Oliveira, vulgo 'Da Costa', confessaram o crime. O primeiro foi preso na terça-feira (7) e o segundo nesta terça-feira (14).
Leia+: Não há mandantes das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, diz PF
Leia+: Ministro diz que 'remanescentes humanos' foram achados na Amazônia
Leia+: Dom e Bruno: vestígios de sangue não são de desaparecidos, diz PF
O próprio Amarildo indicou o local onde os policiais poderiam encontrar os corpos das vítimas. Os restos mortais foram encontrados a cerca de 3 km de distância do local onde itens pessoais de Bruno e de Dom foram achados. A localização fica próximo à casa do pescador.
A PF trabalha com a possibilidade de cinco pessoas estarem envolvidas no crime.
De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), ambos receberam ameaças nos últimos dias por causa do trabalho realizado contra invasores, garimpeiros e pescadores da região. Em abril, Bruno relatou ao Ministério Público Federal (MPF) que recebeu ameaças de uma organização criminosa que lida com pescas e caças ilegais na Amazônia.
Desaparecimento
O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram visitar outros membros da Vigilância Indígena próximo ao Lago do Jaburu, local de uma Base da Vigilância da Funai no rio Ituí. A ideia era que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas. Bruno também gostaria de alinhar ideias entre ribeirinhos e indígenas.
A presença na base aconteceu na última sexta-feira (3). No caminho de volta neste domingo (5), eles pararam na comunidade São Rafael, antes de chegar em Atalaia do Norte, com com o objetivo de conversar com o líder, identificado como "Churrasco", para consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas. O homem não estava, mas houve um bate-papo com a esposa do líder comunitário.
Após o encontro, ambos deixaram a comunidade. No entanto, a família dos dois não tiveram mais notícias sobre seus paradeiros. O trajeto entre São Rafael e Atalaia do Norte deveria ter durado no máximo duas horas.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!