Vandalismo
Oito carros e cinco ônibus foram destruídos em protestos no DF
Manifestantes tentaram ainda invadir sede da PF
O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal afirmou que oito carros e cinco ônibus foram destruídos durante os atos de vandalismo deflagrados na noite desta segunda (12), em Brasília.
Quatro coletivos e sete veículos foram totalmente queimados, sendo outros de forma parcial. Uma pessoa de 67 anos precisou de atendimento médico depois de inalar gás lacrimogêneo.
O ato foi convocado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) após a prisão pela Polícia Federal do indígena Serere Xavante, depois de um pedido do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Vândalos também tentaram destruir a sede da Polícia Federal.
Vândalos também tentaram destruir a sede da Polícia Federal. Manifestantes quebraram vidros da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte. Policiais militares entraram em confronto com os bolsonaristas e botijões de gás também foram encontrados.
Um ônibus, aparentemente vazio, também chegou a ser empurrado por manifestantes de um viaduto, ficando pendurado na via. Não há informações de possíveis vítimas no incidente.
A Esplanada dos Ministérios amanheceu fechada para o trânsito de veículos na manhã desta terça (13). Há bloqueios também na Praça dos Três Poderes e nas proximidades do Setor Hoteleiro Norte e da sede da Polícia Federal.
A tentativa de invasão na PF foi controlada por unidades da Polícia Militar que estavam no local, mas o protesto cresceu. A assessoria informou que, além das unidades locais, foram acionadas as equipes táticas, o Batalhão de Choque e a equipe de operações especiais para controlar a situação.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PL), não esteve em risco em nenhum momento em função das manifestações, informou o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma coletiva noite desta segunda-feira (12).
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) informou, por meio de nota, que as forças de segurança reforçaram a atuação em toda área central de Brasília "para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios. As ações começaram em frente ao edifício-sede da Polícia Federal (PF), em decorrência do cumprimento de mandado de prisão, e se estenderam para outros locais da região central."
"Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da República eleito está hospedado têm vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal", informou a secretaria.
Prisão
O STF divulgou que José Acácio Serere Xavante é acusado de “condutas ilícitas em atos antidemocráticos”. A prisão foi solicitada ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo prazo de dez dias para garantir a ordem pública.
Conforme a decisão, o cacique Serere, como é conhecido, teria realizado nos últimos dias “manifestações de cunho antidemocrático” em frente do Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está hospedado.
Para a PGR, o cacique “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de agressão contra Lula e ministros do STF.
A Polícia Federal informou, por suas redes sociais, que cumpriu a ordem de prisão expedida por Alexandre de Moraes e que Serene Xaxante foi preso e "encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a integridade física e moral do detido." A PF também informou que os distúrbios que aconteceram nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal "estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)."
Repercussão
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse, pelas redes sociais, que, desde o início das manifestações, o ministério, por meio da Polícia Federal, "manteve estreito contato com a Secretaria de Segurança Pública do DF e com o governo do Distrito Federal a fim de conter a violência e restabelecer a ordem. Tudo será apurado e esclarecido". Segundo Torres, a situação está se normalizando.
Em uma segunda postagem, Torres disse que "nada justifica as cenas lamentáveis que vimos no centro de Brasília". "A Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras. E seguirá sendo!". Ele agradeceu o empenho da Secretaria de Segurança Pública do DF e do governo do Distrito Federal por todo apoio à Polícia Federal. Segundo o ministro, "tudo será apurado".
Pelas redes sociais, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, condenou os protestos. “Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política”, declarou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também pelas redes sociais, definiu como absurdos os atos de vandalismos acontecidos na noite desta segunda-feira em Brasília "feitos por uma minoria raivosa". "A depredação de bens públicos e privados, assim como o bloqueio de vias, só servem para acirrar o cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou." Pacheco acrescentou que as "forças públicas de segurança devem agir para reprimir a violência injustificada com intuito de restabelecer a ordem e a tranquilidade de que todos nós precisamos para levar o país adiante."
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